Banca de DEFESA: PATRICIA MAIA VON FLACH

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PATRICIA MAIA VON FLACH
DATA : 17/04/2019
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório do Instituto de Saúde Coletiva
TÍTULO:

EXPERIÊNCIAS DE SOFRIMENTO SOCIAL E MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA ENTRE TRABALHADORES E GENTE DE RUA (USUÁRIOS DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS), NA PRAÇA DAS DUAS MÃOS − SALVADOR-BAHIA


PALAVRAS-CHAVES:

Sofrimento social. Trabalhadores de rua. Pessoas em situação de rua. Movimentos de resistência. Bioética. Sociologia reflexiva.


PÁGINAS: 326
RESUMO:

Este estudo teve por objetivo analisar as experiências de sofrimento social e os movimentos de resistência expressos e/ou constituídos no cotidiano e no encontro entre os trabalhadores de rua e a gente de rua. Justifica-se pela inegável relevância social do tema, mas, também, pela constatação de que esta é uma problemática pouco estudada na perspectiva da relação entre trabalhadores e gente de rua. Esta pesquisa utiliza a abordagem etnográfica, tendo a Praça das Duas Mãos, no bairro do Comércio (Salvador-BA) e suas imediações como recorte espacial. Os sujeitos participantes da pesquisa foram definidos a partir dos encontros no campo de pesquisa, no caso da gente de rua, e escolhidos segundo critérios detalhados na metodologia do estudo, no caso dos trabalhadores de rua. Teve como principal referência teórica e metodológica, ainda que no diálogo com outros autores, a sociologia reflexiva de Pierre Bourdieu, apoiando-se, também, nos estudos e reflexões do campo da Bioética para a defesa inconteste da dignidade e sacralidade da vida humana. Utilizou-se diferentes técnicas de investigação, quais sejam: entrevistas abertas com interlocutores-chave; observação participante do cotidiano da gente de rua e das reuniões de supervisão dos trabalhadores de rua; e entrevista em grupo com o movimento de população de rua – núcleo Feira de Santana. A análise dos dados se apoiou na hermenêutica de Paul Ricoeur. Como principais resultados, constatou-se que: (1) a violência imposta como condição para viver e sobreviver é a maior das violências e sofrimentos a que está submetida a gente de rua. Deixar morrer ou matar em nome da justiça e proteção social das classes dominantes tem sido o destino desta gente; (2) seja na perspectiva do uso e/ou do comércio, a “droga” é importante fator de classificação e definição da posição da gente de rua no espaço social, tornando-a ainda mais desqualificada e desnecessária e, portanto, alvo principal de um Estado penal que declara guerra às drogas, na verdade, guerra e extermínio a pessoas com baixo valor social; (3) acolhimento e reconhecimento, tempo e paciência, vínculo e aposta dos trabalhadores na/com a gente de rua possibilitam, sob determinadas condições bioéticas, mudar os “efeitos do destino” e a construção de saídas emancipatórias; (4) Este estudo reconhece a potência dos bons encontros – em toda a sua beleza, alegria e requinte – para a construção de sentidos políticos e movimentos de resistência nascidos no entre um e outro, trabalhador e gente de rua.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANTONIO NERY ALVES FILHO
Interno - 1273026 - LENY ALVES BOMFIM TRAD
Interno - 2331872 - LUIS AUGUSTO VASCONCELOS DA SILVA
Externo à Instituição - Leon de Souza Lobo Garcia
Externo ao Programa - 2279561 - MONICA ANGELIM GOMES DE LIMA
Interno - 1349800 - MONICA DE OLIVEIRA NUNES DE TORRENTE
Notícia cadastrada em: 21/03/2019 12:22
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