Banca de DEFESA: MARÍLIA SANTOS DOS ANJOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARÍLIA SANTOS DOS ANJOS
DATA : 16/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: https://www.youtube.com/user/labvideoisc  
TÍTULO:

Tuberculose infantil: desigualdades sociodemográficas e resistência medicamentosa.


PALAVRAS-CHAVES:

Tuberculose infantil; Determinantes sociais; Fatores associados; Epidemiologia.


PÁGINAS: 118
RESUMO:

Introdução: a tuberculose ainda se configura como um importante problema de saúde pública, sendo uma das dez principais causas de morte no mundo. A epidemiologia da tuberculose está intimamente relacionada aos determinantes sociais, pois influenciam no risco de exposição, na susceptibilidade, progressão da doença, tempo de diagnóstico e tratamento, bem como a adesão e consequentemente no sucesso do tratamento. A doença atinge de modo desigual os grupos étnicos pretos, pardos e indígenas, e tendo em vista que a maioria dos estudos sobre tuberculose contempla, em sua maioria, a faixa etária dos adultos, surge a necessidade de novos estudos sobre tuberculose com abordagem voltada para as crianças e adolescentes. Objetivo: caracterizar os determinantes relacionados ao adoecimento, ao desfecho de tratamento e à resistência medicamentosa da tuberculose em menores de 15 anos no Brasil. Metodologia: a tese está separada em três artigos. No primeiro artigo foi realizado um estudo observacional, exploratório e descritivo. A população foi composta por todos os casos de tuberculose drogarresistente nas faixas etárias de menores de 15 anos e de 15 a 19 anos. Os dados foram provenientes do Sistema de Informação de Tratamentos Especiais da Tuberculose de todo Brasil, no período de 2008-2019. A análise dos dados foi realizada através do teste exato de Fisher. O segundo artigo foi realizado um estudo exploratório de coorte retrospectiva. A população do estudo foi composta por todos os casos de tuberculose em menores de 15 anos. Os dados foram provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação de todo Brasil, no período de 2008-2019. A análise dos dados foi realizada através de regressão de Poisson com variância robusta com cálculo do Risco Relativo e intervalo de confiança de 95%. No terceiro artigo foi realizado um estudo de coorte. A população do estudo foi composta por todos os indivíduos menores de 15 anos inscritos na Coorte de 100 Milhões de Brasileiros. Os dados foram provenientes do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e posterior linkage com os dados de tuberculose registrados obrigatoriamente no Sistema de Informação de Agravos de Notificação de todo Brasil, no período de 2008-2018. Para realizar a análise, foram construídos modelos hierárquicos, através de regressão de Poisson com variância robusta, a fim de investigar os determinantes sociais da tuberculose infantil no Brasil. As análises foram realizadas no software Stata 15. Ressalta-se que, embora, os dados sejam secundários e não identificados, todos os aspectos éticos preconizados pela resolução 466/12 envolvendo pesquisa com seres humanos serão respeitados. O projeto obteve aprovação do comitê de ética em pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (nº do parecer: 5.075.877). Resultados: em relação à população do artigo 1, temos 46 (8,3%) casos de tuberculose drogarresistente em menores de 15 anos e 509 (91,7%) casos na faixa etária de 15-19 anos. A distribuição por sexo é diferente nas duas faixas etárias, observando-se uma proporção de 70% de meninas na faixa etária menor de 15 anos e 45% na faixa de 15 a 19 anos. Outras variáveis onde foi observada diferença estatisticamente significante foram a raça/cor, forma clínica, local do provável contágio, ser contato de algum caso de tuberculose e realização do tratamento diretamente observado. Em relação ao artigo 2 temos que as crianças negras, pardas e indígenas tiveram um risco maior de ter resultados desfavoráveis em comparação com as crianças brancas (24%, 29%, e 29%, respectivamente). Crianças com menos de um ano de idade tinham um RR de 1,80 (95%CI: 1,61-2,00) e crianças de 1 a 4 anos tiveram um RR de 1,19 (95%CI: 1,06-1,33), formando as faixas etárias com maior risco de ter algum resultado desfavorável. Crianças com um teste HIV positivo apresentaram um risco quase três vezes maior de desfechos desfavoráveis do que aquelas com resultado negativo para HIV [RR: 2,61; 95%CI: 2,33-2,94)]. Em relação ao artigo 3, foram incluídos 21.619.026 indivíduos e destes, 5.743 casos de tuberculose. 51% dos casos ocorreram no sexo masculino, 68% em crianças menores de 5 anos e 60% em pessoas de raça/cor parda. A análise multivariada revelou que o local de residência, como morar nas regiões Norte e Sudeste na e zona urbana, viver num domicílio com chefe de família do sexo feminino, menor renda, densidade domiciliar e ser de raça/cor negra ou indígena estavam associados a um maior risco de tuberculose. Conclusões: é necessário reduzir a incidência dos casos de tuberculose e de tuberculose drogarresistente, sobretudo nas crianças, bem como atingir as metas e indicadores de controle da tuberculose estabelecidos pelos órgãos nacionais e internacionais. Também é imprescindível reforçar a importância da notificação no sistema de informação da tuberculose drogarresistente (SITE TB) para a produção de estimativas mais acuradas. O estudo revelou uma disparidade acentuada e maior risco de algum resultado desfavorável de tuberculose em crianças e adolescentes negros, pardos e indígenas, além de mostrar que crianças menores de cinco anos precisam de atenção especial, pois tiveram um risco maior de ter resultados desfavoráveis. Esse trabalho também contribuiu para a compreensão da situação epidemiológica da tuberculose infantil durante a última década no Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - IONARA MAGALHÃES DE SOUZA - UFRB
Presidente - 2187819 - FEDERICO COSTA
Interna - 1226136 - JOILDA SILVA NERY
Externo à Instituição - MAURO NISKIER SANCHEZ - UnB
Interna - ***.169.805-** - SUSAN MARTINS PEREIRA - UFBA
Notícia cadastrada em: 13/12/2022 16:22
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