Banca de DEFESA: JÉSSICA LAÍS ALMEIDA DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JÉSSICA LAÍS ALMEIDA DOS SANTOS
DATA : 16/12/2020
HORA: 13:00
LOCAL: Web conferência
TÍTULO:

INFECÇÃO PELO HTLV-1 E PROGRESSÃO PARA HAM/TSP:

CONTRIBUIÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES HUMANOS E VIRAIS


PALAVRAS-CHAVES:

HTLV-1, HAM/TSP, SNPs, epítopos, vírus, hospedeiro,


PÁGINAS: 120
RESUMO:

O vírus linfotrópico de células T humana do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus humano sexualmente transmissível, cujas principais manifestações clínicas são a Mielopatia Associada ao HTLV/Paraparesia Espástica Tropical (HAM/TSP) e a Leucemia/Linfoma de Células T do Adulto (ATLL). A HAM/TSP é uma manifestação inflamatória do sistema nervoso central que pode resultar na perda parcial dos movimentos dos membros inferiores. Embora muitos aspectos dos eventos que levam ao desenvolvimento de doença não estejam esclarecidos, a resposta imune do hospedeiro, principalmente a resposta celular desencadeada por células T CD8+ específicas, é reconhecida como um evento crucial. O objetivo desse trabalho é investigar marcadores moleculares no vírus e no hospedeiro que possam estar relacionaodos à manifestação de doença, principalmente a HAM/TSP. No Capítulo I, foi realizada a busca por marcadores virais, no que diz respeito à apresentação diferencial de epítopos, para os diferentes perfis clínicos. Para tanto, fizemos um levantamento (Genbank) de 46 genomas completos do HTLV-1, e separamos as regiões codificantes das proteínas Tax, HBZ, p12, gp21 e gp46. Tais regiões gênicas foram traduzidas, e avaliadas quanto a presença de SNPs (Single Nucleotide Polymorphism). Os referidos SNPs foram representados em sequências de AA que foram submetidas ao IEDB (Immune Epitope Database a Analysis Resource) para predição de epítopos lineares ligantes de moléculas de HLA-I. Foi possível identificar 7 “alelos protéicos” para a proteína gp21, 23 para gp46, 20 para HBZ, 13 para a proteína Tax, e 15 para a proteína p12, todos distruídos entre indivíduos ASS, fHAM/TSP (Familiar), sHAM/TSP (Esporádico) e ATLL. Na predição, foram identificados mais de 15.741 epítopos para p12, menor quantidade de epítopos preditos e mais de 50.000 para Tax, com a maior quantidade de epítopos preditos. A proteína p12 teve a maior proporção de epítopos específicos, também seguida pela proteína Tax. A proteína HBZ teve os menores percentuais em todas as faixas de especificidade. Os resultados encontrados para as proteínas estruturais gp46 e gp21 foram semelhantes. Não houve nenhuma especificidade/exclusividade dos alelos de HLA entre as proteínas, “alelos protéicos” e/ou perfis clínicos do hospedeiro. Cada proteína apresentou um alelo de HLA como sendo o mais frequente entre os “alelos protéicos”, não havendo similaridade nessa ocorrência. E por fim, o alelo de HLA*A 32:01 foi citado entre os mais frequentes em todas as proteínas, e as proteínas gp21 e HBZ apresentaram perfis semelhantes no que se refere à ocorrência dos alelos de HLA mais frequentes. O perfil clínico HAM/TSP foi o que apresentou o maior número de variações moleculares entre as proteínas estudadas: foram 42 “alelos protéicos” contra 19 de indivíduos com ATLL e 16 de indivíduos ASS (Não HAM/TSP). Os achados de afinidade revelaram que dos 9 epítopos que apresentaram diferenças na afinidade às moléculas de HLA, 6 deles estavam associados a indivíduos ATLL, 4 a indivíduos sHAM/TSP e 2 a indivíduos ASS. Concluimos não haver um perfil de apresentação de epítopos que esteja associado ao status clínico do hospedeiro, uma vez que houve grande semelhança quanto aos alelos de HLA e quanto à posição dos epítopos apresentados entre os “alelos protéicos”. No entanto, identificamos variações moleculares importantes na predição dos epítopos especialmente nos genomas de indivíduos com ATLL e HAM/TSP. No Capítulo II, buscamos por marcadores no hospedeiro, em um grupo de indivíduos (HAM/TSP e assintomáticos) (N=44) infectados. Para tanto, realizamos a determinação do Exoma através da Plataforma Illumina e utilizando um chip para 551.004 SNPs. A taxa total de genotipagem das amostras foi de 0,997001, com perda de 35.163 SNPs (~6%), identificadas 515.841 variantes. A determinação ancestral revelou uma proporcionalidade de contribuição genética mais marcante para a origem africana na população estudada. Observamos predominância de mulheres no grupo caso, como já foi documentado na literatura. A média de idade dos indivíduos infectados foi de 59 anos (27-89 anos), sendo que a carga proviral média destes é de 55.253,41/106 células. Dentre os SNPs identificados, quatro deles se destacaram quanto às frequências alélicas nos grupos caso e controle, e são eles: rs2857596_C, rs7917905_A, rs1265564_C e rs376863_A. Após análise de regressão multivariada, ajustada para ancestralidade, apenas os SNPs “rs1265564” (p=7,2*10-4) e “rs376863” (p=1,25*10-3) se apresentam associados ao desfecho. O SNP rs1265564, foi identificado no gene que codifica para a proteína CUX-2 que está associada ao reparo de DNA oxidado por ação das espécies reativas do oxigênio produzidas nos neurônios. Os quatro SNPs iniciais mostram estar em desequilíbrio de ligação com outros SNPs, porém nenhum deles dos já descritos na literatura e citados neste trabalho. Sugerimos uma busca minuciosa dos SNPs indicados neste trabalho, bem como a associação de marcadores moleculares do hospedeiro com marcadores virais, como forma de entender o processo de infecção e manifestação de doença como resultado de uma integração complexa e bem sucedida.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1854449 - ALINE CRISTINA ANDRADE MOTA MIRANDA MASCARENHAS
Interno - 2766939 - JOANA PAIXAO MONTEIRO CUNHA
Externo ao Programa - 2697145 - GISELLE CALASANS DE SOUZA COSTA
Externo à Instituição - MARIA FERNANDA DE CASTRO AMARANTE
Externo à Instituição - MARIA LUIZA SARAIVA PEREIRA
Notícia cadastrada em: 29/12/2020 10:53
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