TRANSGÊNEROS ENCARCERADOS: ingresso e permanência de mulheres transexuais e travestis no sistema prisional baiano
transgêneros; sistema prisional; ADPF nº 527
Este estudo explora como o binarismo de gênero e o machismo organizam a alocação de mulheres trans em situação de privação de liberdade. No contexto do Brasil, que possui a terceira maior população carcerária global, o tratamento de pessoas trans no sistema penitenciário enfrenta desafios significativos. A pesquisa visa responder à influência do julgamento da ADPF 527 nas condições de alocação da população transgênero encarcerada no Estado da Bahia, com o objetivo de identificar e compreender as complexidades dessa alocação. Destaca-se a escassez de estudos sobre gênero e sexualidade nas prisões, evidenciando violações de direitos dessas mulheres e a presença de transfobia estatal no sistema prisional. Os objetivos específicos incluem mapear as condições de alocação, identificar aspectos negativos do direcionamento para prisões masculinas, expor a contribuição da ADPF 527 para a redação de dispositivos legais de proteção desse grupo vulnerável e compreender a participação das mulheres trans no processo decisório de direcionamento para unidades prisionais masculinas ou femininas. Conduzida no âmbito do Mestrado Profissional, a pesquisa utilizou técnicas metodológicas como revisão de literatura, análise documental e dados de órgãos públicos. O estudo apresentou as implicações do julgamento da ADPF 527 nas condições de alocação da população trans encarcerada na Bahia, destacando, em seus resultados, as contribuições da ação judicial para o avanço na elaboração de mecanismos legais de proteção e no fornecimento de subsídios para a melhoria das políticas públicas voltadas a essa comunidade vulnerável. A pesquisa ressaltou a falta de monitoramento adequado das mulheres trans no sistema prisional, especialmente na Bahia, enfatizando a necessidade urgente de novas pesquisas mais específicas a respeito.