PMPGCF PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS (PMPGCF) INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de DEFESA: ISRAEL SOUZA RIBEIRO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ISRAEL SOUZA RIBEIRO
DATA : 22/03/2024
HORA: 08:00
LOCAL: Instituto Multidisciplinar em Saúde
TÍTULO:

PRÓPOLIS VERDE BRASILEIRA E TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA: CARACTERIZAÇÃO, AVALIAÇÃO IN VIVO E DESENVOLVIMENTO DE BIOPRODUTOS PARA O TRATAMENTO DE INFECÇÕES CAUSADAS POR BACTÉRIAS RESISTENTES A ANTIBIÓTICOS


PALAVRAS-CHAVES:

Própolis verde Brasileira; Staphylococcus aureus; Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana; Microemulsão.


PÁGINAS: 133
RESUMO:

Introdução: Infecções de pele e tecidos moles são um importante problema de saúde pública mundial, tanto pela morbidade associada às suas lesões bem como por serem porta de entrada para infecções mais invasivas, que frequentemente culminam no óbito do paciente acometido. Staphylococcus aureus (S. aureus) é a principal causa desse tipo de infecção, de modo que a sua significativa adaptabilidade e o desenvolvimento de resistência são os principais fatores ligados à sua propagação e aos desafios no seu tratamento. Nesse contexto, a terapia fotodinâmica antimicrobiana (TFA) com produtos naturais tem se mostrado uma boa alternativa no combate às infecções causadas por microrganismos resistentes a antibióticos, pois agregam benefícios inerentes a esses compostos aos danos causados pelas espécies reativas de oxigênio induzidas pela TFA. A própolis verde brasileira possui efeitos conhecidos como agente antimicrobiano e imunomodulador. Contudo, não se sabe ao certo se tais atividades seriam mantidas se utilizada no contexto da TFA. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi caracterizar a própolis verde brasileira como fotossensibilizador para TFA, avaliar os seus efeitos antimicrobianos e imunomoduladores in vivo e desenvolver microemulsão como proposta terapêutica de bioproduto para o tratamento de infecções intradérmicas causadas por bactérias resistentes a antibióticos. Materiais e Métodos: Inicialmente, foram realizados estudos in vitro para se caracterizar o potencial fotodinâmico antimicrobiano da própolis verde brasileira. Para tal, realizou-se espectrometria de absorção molecular UV-Vis para avaliar os comprimentos de onda com potencial para ativar a própolis verde. Posteriormente, cepas de referência de Staphylococcus aureus Resistente à Meticilina (MRSA ATCC 43300) e Staphylococcus aureus Intermediário à Vancomicina (VISA ATCC 700699) foram expostas a concentrações variadas de própolis verde: 1µg/mL, 5µg/mL, 10µg/mL, 50µg/mL e 100µg/mL e estimuladas por luz LED azul, verde ou vermelha. Em seguida, avaliou-se o potencial zeta das bactérias expostas à própolis verde brasileira a fim de caracterizar um possível local de ação da própolis. Logo após, cromatografia líquida de alta eficiência com detector de arranjo de diodos acoplado à espectrometria de massas em tandem, juntamente com análise clássica de redes moleculares, foram realizadas para identificar potenciais moléculas bioativas com atividade fotodinâmica. Finalmente, foram realizadas análises de citotoxicidade em eritrócitos e em células nucleadas. Após essa etapa, avaliou-se os efeitos antimicrobianos e imunomoduladores da utilização da própolis verde brasileira como fotossensibilizador contra S. aureus in vivo, em modelo de infecção intradérmica em camundongos. Nesse momento, 24 camundongos Balb/c foram infectados por via intradérmica nas orelhas com 1,5x108 unidades formadoras de colônias de MRSA 43300. Após a infecção, foram separados em 4 grupos (6 animais por grupo) e tratados com o veículo, apenas própolis verde brasileira, somente luz LED azul ou com protocolo aPDT (própolis verde brasileira + luz LED azul). Por fim, desenvolveu-se microemulsão como um sistema de entrega transdérmica da própolis verde brasileira, caracterizando-se o sistema microemulsionado e realizando os testes de estabilidade acelerada. Resultados: Observou-se que a própolis verde brasileira exibe um pico de absorção pronunciado e fotorresponsividade aumentada quando exposta à luz azul na faixa de 400nm e 450nm. Esta característica revela atividade fotodinâmica significativa contra MRSA e VISA em concentrações a partir de 5 µg/mL. Além disso, a própolis compreende compostos como a curcumina e outros flavonóides provenientes da flavona, que possuem potencial para atividade fotodinâmica e outras funções antimicrobianas. Os testes com potencial zeta não apresentaram diferenças significativas quando as bactérias foram expostas à própolis verde brasileira, o que sugere potencial internalização do composto pelas bactérias. Além disso, a própolis verde brasileira não apresentou toxicidade em eritrócitos e células nucleadas. In vivo, a TFA com própolis verde brasileira reduziu a carga bacteriana no local da infecção. Também foi capaz de inibir a perda de peso decorrente da infecção, bem como modular a resposta inflamatória através de maior recrutamento de células neutrófilos para o tecido infectado. Finalmente, a TFA induziu aumento das citocinas IL-17A e IL-12p70 no linfonodo retromaxilar drenante. Por fim, a microemulsão com própolis verde brasileira apresentou tamanho de partícula, índice de polidispersividade e potencial zeta promissores, além de possuir estabilidade, verificada nos testes de estabilidade preliminares, sendo mantida a atividade fotodinâmica antimicrobiana induzida por luz azul. Conclusões: A própolis verde brasileira apresenta atividade fotodinâmica quando estimulada por luz LED azul, sendo capaz de induzir a morte de diferentes cepas de S. aureus in vitro, mas também por reduzir a carga bacteriana e modular a resposta inflamatória em modelo murino de infecção intradérmica. Além disso, o desenvolvimento de uma microemulsão com a própolis verde brasileira mostra-se promissor, uma vez que apresenta características físico-químicas de interesse e estabilidade viabilizando o desenvolvimento de protocolos que não demandem a injeção local do fotossensibilizador, não gerando dor e incômodo, o que pode diminuir o abandono terapêutico.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 1112111 - AMELIA CRISTINA MENDES DE MAGALHAES GUSMAO
Interno - 1561874 - LUCAS MIRANDA MARQUES
Interno - 2497915 - ROBSON AMARO AUGUSTO DA SILVA
Externo ao Programa - 1554172 - LUCIANO PEREIRA ROSA - UFBAExterna à Instituição - GISELE LOPES DE OLIVEIRA - UFSB
Notícia cadastrada em: 21/03/2024 09:56
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