Abrindo caminhos: jovens mulheres no trânsito entre aprender e ensinar dança
Dança. Ensino-aprendizagem. Mulheres.
A pesquisa propõe analisar as experiências de jovens educadoras e educandas de dança, a partir das transformações que ocorrem no trânsito entre aprender e ensinar, colocando em relevo o modo como estas experiências contribuem para a construção de marcos éticos, com base em princípios comunitários, emancipatórios e de cidadania. Tais experiências corroboram o fortalecimento da dimensão política e atitudinal nestas jovens nas comunidades das quais participam. O modo como veem o mundo, a sociedade, o corpo e a dança é modificado no exercício permanente do aprender. Os temas nucleares da pesquisa são os processos de ensino-aprendizagens em dança, relacionando-os com as proposições educação libertadora e decolonialidade. Em uma perspectiva comunitária, discute-se os elos que se formam por meio do aprender, como comunidades de sentido, em diálogo com a noção de corpomídia. São destacados os estudos do feminismo negro a partir de conceitos como empoderamento, interseccionalidade, para refletir sobre o cruzamento de marcadores que acompanham a trajetória de vida das participantes como gênero, idade, classe, raça e religiosidade. Os estudos dos movimentos sociais, de educação popular, de juventude e de cultura, que reverberaram no cenário nacional nos fins do século passado, contribuem como marcos históricos e como alicerces para entender a contemporaneidade. A etnografia e a autoetnografia são assumidas como abordagem metodológica, através da participação observante durante o Tirocínio Docente em componentes curriculares do eixo pedagógico da Licenciatura em Dança na Universidade Federal da Bahia e em outros contextos formais e não formais de educação em dança. A pesquisa opera na perspectiva da ecologia dos saberes, de modo a contribuir para a construção de novas epistemes, que podem ser compartilhadas e colocadas à disposição de pesquisadoras e pesquisadores, estudantes e comunidades, fortalecendo a universidade enquanto espaço público de interconhecimento.