Banca de DEFESA: LUÍZA CAROLINA FRANÇA OPRETZKA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUÍZA CAROLINA FRANÇA OPRETZKA
DATA : 29/02/2024
HORA: 13:00
LOCAL: Ambiente virtual RNP
TÍTULO:

Investigação do potencial terapêutico e análise patentária de linhagens de células-tronco mesenquimais e suas vesículas extracelulares para a dor neuropática


PALAVRAS-CHAVES:

Dor neuropática, células-tronco mesenquimais, vesículas extracelulares, fator inibidor de leucemia, interleucina-10, CXCR2


PÁGINAS: 130
RESUMO:

INTRODUÇÃO: A dor neuropática é uma síndrome de dor crônica que afeta uma significativa parcela da população e tem efeitos devastadores na qualidade de vida e atividade laboral dos pacientes. Apesar de existirem opções terapêuticas, grande parte dos pacientes se beneficia pouco ou não responde ao tratamento. Nesse sentido, o uso de terapias regenerativas com células-tronco mesenquimais e seus derivados pode vir a suprir essa lacuna terapêutica.  OBJETIVOS: Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial terapêutico de uma linhagem de célula-tronco mesenquimal humana (MSC),  uma linhagem derivada de MSC superexpressando o fator inibidor de leucemia (MSC-LIF), e suas vesículas extracelulares (VE-MSC e VE-LIF) na dor neuropática experimental, explorar os mecanismos associados aos efeitos antinociceptivos de MSC e VE-MSC, e realizar uma análise das patentes publicadas protegendo derivados de células-tronco. MÉTODOS: MSC obtidas de um biobanco foram modificadas geneticamente para superexpressar LIF e caracterizadas por citometria de fluxo e ensaios de diferenciação celular in vitro. As vesículas extracelulares foram isoladas por ultracentrifugação e caracterizadas por microscopia eletrônica de transmissão, análise de rastreamento de nanopartículas e Dotblot. As citocinas liberadas por macrófagos estimulados in vitro e tratados com MSC, VE-MSC, MSC-LIF ou VE-LIF foram quantificadas por ELISA. Utilizando-se do modelo de dor neuropática induzida por ligadura parcial do nervo ciático em camundongos C57Bl/6, o efeito antinociceptivo de todos os tratamentos foi avaliado pelos testes de Hargreaves e filamentos de von Frey. A função da marcha foi avaliada em esteira ergométrica. Camundongos knockout para interleucina-10 (IL-10 KO) e ensaios de antagonismo farmacológico com um antagonista seletivo de CXCR2 (SB225002; 1 mg/kg, i.p.) foram utilizados para investigar os mecanismos de ação das MSC e VE-MSC. Secções de medula espinal (L4-L5) e soro dos animais foram coletados para análise de citocinas e quimiocina por ELISA. Adicionalmente, a prospecção patentária sobre produtos de terapia cell-free derivados de MSC foi realizada usando o DWPI como base de dados. RESULTADOS: Os macrófagos tratados com MSC, VE-MSC, MSC-LIF ou VE-LIF apresentaram níveis de TNF-α reduzidos, enquanto a produção de IL-10 foi elevada, indicando a possível aplicação na neuropatia sensorial. Uma única injeção de MSC (1x106), VE-MSC (7,45x109 ± 2,25 x108 partículas/mL), MSC-LIF (1x106) e VE-LIF (2,47 x109 ± 7,13 x107 partículas/mL) proporcionou o alívio completo e duradouro da hipernocicepção térmica e a melhora de parâmetros funcionais de marcha. O tratamento com MSC e VE-MSC também aliviou completamente a hipernocicepção mecânica associada à neuropatia, por outro lado o tratamento com MSC-LIF e VE-LIF reduziu transitória e parcialmente os comportamentos nociceptivos mecânicos de camundongos neuropáticos. A participação de IL-10 no efeito terapêutico das MSC e das VE-MSC foi demonstrado levando em consideração que em camundongos IL-10 KO o efeito antinociceptivo foi apenas parcial em comparação com animais selvagens. Adicionalmente, os níveis de IL-10 estavam elevados na medula dos animais 14 dias após o tratamento com MSC e VE-MSC, mas não ao final do período experimental. Ainda, o tratamento agudo com SB225002, reverteu parcialmente o efeito antinociceptivo térmico das MSC e VE-MSC, enquanto a antinocicepção mecânica foi completamente revertida por esse antagonista. Entretanto, os níveis séricos de CXCL1, ligante de CXCR2, não apresentaram diferença entre os grupos experimentais 14 dias após o tratamento com MSC ou VE-MSC e estavam elevados apenas em animais neuropáticos ao final do tratamento. Em relação à busca de patentes, foram encontradas 150 famílias de  patentes protegendo derivados de células-tronco  mesenquimais, sendo a maior parte destas dedicada à proteção de vesículas extracelulares e exossomos. Houve um aumento exponencial destas patentes a partir de 2015. A China foi o país com o maior número de patentes aprovadas, seguida pelos Estados Unidos. CONCLUSÃO: O perfil de efeito das células-tronco e vesículas extracelulares foi bastante similar, evidenciando que vesículas extracelulares são capazes de mediar o efeito das células-tronco mesenquimais, mesmo as oriundas de células geneticamente modificadas. Ainda, a melhora tanto de parâmetros nociceptivos, como funcionais, pelo tratamento com MSC e a VE-MSC reforça a proposta de aplicação futura destas terapias para o tratamento da dor neuropática. Apesar da modificação genética de MSC via superexpressão de LIF ter sido deletéria para o efeito antinociceptivo de MSC, este trabalho avançou na compreensão do mecanismo de ação das MSC na dor neuropática, que parece envolver o aumento da produção da citocina anti-inflamatória IL-10 e ser mantida pela ativação de receptores CXCR2. Por fim, a análise de patentes também indicou um interesse crescente na pesquisa e desenvolvimento de produtos de terapia cell-free. Desta forma, este trabalho corrobora o potencial da terapia livre de células com vesículas extracelulares de MSC e sua aplicação na dor neuropática.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1536719 - CRISTIANE FLORA VILLARREAL
Interno - 3477451 - VICTOR DIOGENES AMARAL DA SILVA
Externa ao Programa - 1278694 - SIMONE GARCIA MACAMBIRA - UFBAExterno à Instituição - CARLOS AMILCAR PARADA - UNICAMP
Externo à Instituição - LUIZ FERNANDO FERRARI
Notícia cadastrada em: 19/02/2024 16:01
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