Banca de DEFESA: WÉSLEI ALMEIDA COSTA ARAÚJO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : WÉSLEI ALMEIDA COSTA ARAÚJO
DATA : 20/02/2024
HORA: 15:00
LOCAL: Faculdade de Farmácia
TÍTULO:

Avaliação diagnóstica da infecção por Strongyloides stercoralis em indivíduos asmáticos utilizando antígenos recombinantes


PALAVRAS-CHAVES:

Strongyloides stercoralis. Asma. Antígenos. Glicocorticoídes.


PÁGINAS: 60
RESUMO:

Strongyloides stercoralis é o principal agente etiológico da estrongiloidíase humana, doença negligenciada e de ampla distribuição mundial. A infecção, geralmente, é crônica e assintomática. No entanto, em indivíduos imunocomprometidos, em uso de glicocorticoides sistêmicos como indivíduos com asma grave a infecção pelo S. stercoralis pode evoluir para as formas graves, hiperinfecção e/ou disseminação, com baixa resposta terapêutica e um elevado índice de letalidade. Atualmente, o diagnóstico definitivo da infecção por S. stercoralis é feito através da pesquisa das larvas nas fezes. Contudo, este parasito libera poucas larvas e de forma intermitente, o que torna necessário o exame de várias amostras fecais em dias alternados. O objetivo deste estudo é analisar a frequência da infecção por S. stercoralis em indivíduos asmáticos atendidos no Programa de Controle da Asma e da Rinite Alérgica (ProAR) na Bahia/Brasil, através do diagnóstico parasitológico e imunológico, utilizando antígenos bruto e recombinantes. Foram incluídos no estudo 500 asmáticos atendidos no ProAR. O diagnóstico da estrongiloidíase foi feito através de três métodos parasitológicos: sedimentação espontânea (SE), Baermann-Moraes (BM) e Cultura em Placa de Ágar (CPA), e o diagnóstico sorológico, através da determinação dos níveis de IgG4 e IgE anti-S. stercoralis através do ELISA(s), utilizando antígeno bruto de membrana. As amostras dos indivíduos com diagnóstico positivo pelos métodos parasitológicos e imunológicos (n=66) foram reavaliadas através dos ELISA(s) utilizando antígenos recombinantes (NIE e SsIR). Dos indivíduos estudados 21,2 (106/500) e 78,8% (394/500) são do sexo masculino e feminino, respectivamente. Cerca de 42 (210/500) e 58% (290/500) dos indivíduos apresentavam asma leve/moderada ou grave, respectivamente, sendo que 43,6% (218/500) foram diagnosticados na infância. Foi encontrada uma frequência de enteroparasitos igual a 8,6% (43/500). O parasito patogênico mais prevalente foi o S. stercoralis, 2,2% (11/500). As sensibilidades dos ELISA(s) para detecção de anticorpos IgG4 e IgE anti-S. stercoralis, utilizando antígeno membrana foram de 91,7% e 91,2%, respectivamente, e as especificidades de 95,7% 95,4%, respectivamente. A detecção de anticorpos IgG4 anti-S. stercoralis nos indivíduos asmáticos foi de 8,2% (41/500) e para anticorpos IgE anti-S. stercoralis de 9,8% (49/500). Os soros dos indivíduos positivos para S. stercoralis, diagnosticados neste estudo, pelo encontro de larvas nas fezes e/ou detecção de anticorpos IgG e IgE anti-S. stercoralis (n=66) foram reavaliados através do IgG-ELISA, utilizando os antígenos recombinantes, NIE e SsIR, demonstrando sensibilidades e especificidades de 91,2, 85,3% e 95,4 e 90,9%, respectivamente. O imunobloting confirmou uma positividade de 39,4 % (26/66) das amostras positivas com revelação de bandas imunorreativas de 30 a 90 KDa. Quanto ao uso de corticoides, 36,2% (181/500) referiram ter feito um ou mais ciclos de corticoides oral por 3 ou mais dias em 1 ano e 8,4% (42/500) um ou mais ciclos de corticoides injetável em 6 meses.  Dentre os 66 indivíduos que foram positivos (detecção de larvas nas fezes de anticorpos anti-S. stercoralis) 63,6% (42/66) fizeram uso de corticoides, sendo 60,6% (40/66) por via inalatória, 30,3% (20/66) por via oral e 9,1% (6/66) por via injetável, não sendo observadas associação estatisticamente significativas entre a corticoterapia e a estrongiloidíase (p = 0,768, 0,798, 0,351 e 1,0, respectivamente). O presente estudo demonstra que a concordância entre os métodos utilizados foi fraca, portando a necessidade de estudos para desenvolvimento de um teste eficaz e reprodutível, para o diagnóstico da estrongiloidíase.  Além do mais, o estudo não demonstrou correlação entre a infecção por S. stercoralis e o uso de glicocorticoides.  


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2178405 - NECI MATOS SOARES
Externa ao Programa - 3163149 - CARINA CARVALHO DOS SANTOS - UFBAExterno à Instituição - ALVARO AUGUSTO SOUZA DA CRUZ FILHO
Notícia cadastrada em: 19/02/2024 16:00
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