Valores de Referência da Força de Preensão Manual para Predição de Sobrevida em Pacientes com Doença Hepática Crônica Avançada
Força de preensão manual; Valores de referência; Doença hepática crônica; Sobrevida.
Introdução: A doença hepática crônica avançada (DHCA) é histologicamente definida pela presença de fibrose difusa e desenvolvimento nodular regenerativo, comprometendo a função do parênquima hepático. No Brasil, a DHCA foi a 8ª causa de morte entre 2001 e 2009, responsável por 308.290 óbitos, apresentando taxa de sobrevivência de apenas 35 a 50% após cinco anos do diagnóstico. Atualmente a força de preensão manual (FPM) está sendo indicada como um relevante parâmetro para avaliação nutricional e predição de resultados clínicos adversos nestes indivíduos. No entanto, até o momento existem poucos estudos que apresentam valores de referência ou padrões normativos obtidos em pacientes com DHCA, inclusive, para população brasileira. O objetivo deste estudo foi identificar valores de referência da FPM em pacientes com DHCA atendidos em nível ambulatorial ou hospitalizados, e avaliar a sua associação para predição de sobrevida em 12 meses Metodologia: Trata-se de um estudo observacional prospectivo com pacientes acompanhados em nível ambulatorial ou internados. Para obtenção dos valores de referência foi considerada a variação fisiológica da força muscular relacionada com o sexo e a idade dos indivíduos incluídos na amostra. Resultados: Após a categorização da FPM por sexo e faixa etária, os valores de referência foram: 42 e 19 kg para adultos do sexo masculino e feminino respectivamente; 28 e 17 kg para idosos do sexo masculino e feminino respectivamente. Durante o acompanhamento 24% (n=67) dos pacientes foram a óbito, 80,6% destes foram identificados com FPM inadequada. Observou-se que àqueles que não sobreviveram no período, apresentavam DHCA descompensada, menor força de preensão manual e maior prevalência de desnutrição moderada ou grave. Conclusões: A FPM inferior aos valores de referência sugeridos neste estudo se associou de forma significativa a predição de óbito, mantida mesmo após ajustes considerando o nível de gravidade da doença hepática no início do acompanhamento.