PPGECOTAV PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA: TEORIA, APLICAÇÃO E VALORES (PPGECOTAV) INSTITUTO DE BIOLOGIA Téléphone/Extension: (00) 00000-0000

Banca de DEFESA: FERNANDA LEAL LORDERS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FERNANDA LEAL LORDERS
DATA : 24/03/2017
HORA: 09:00
LOCAL: Salão Nobre IBIO
TÍTULO:

PREDAÇÃO DE ESPONJAS POR PEIXES RECIFAIS EM UM SISTEMA CORALÍNEO DO ATLÂNTICO SUL: EFEITOS SOBRE A ESTRUTURA DE ASSEMBLEIAS, ATIVIDADE DE FORRAGEIO E INTERAÇÕES COM CORAIS CONSTRUTORES


PALAVRAS-CHAVES:

predação, peixe-anjo, Porifera, interação coral-esponja


PÁGINAS: 55
RESUMO:

A relação entre predadores e presas é um importante processo ecológico que regula o fluxo de energia e matéria de diversas teias alimentares, sendo proposto como um dos principais mecanismos reguladores da composição e da estrutura de assembleias biológicas em nível local.  Em recifes de corais do Caribe, recentes evidências mostraram que o controle de topo por peixes recifais (e.g. Pomacanthus arcuatusPomacanthus paru e Holacanthus ciliaris) regula assembleias de esponjas. Além disso, a predação pode evitar a exclusão competitiva de competidores superiores pelo controle de suas abundâncias no substrato que é recurso limitado para as espécies bentônicas recifais. As esponjas são consideradas um grupo competidor superior na aquisição de espaço, devido a reconhecidas estratégias de defesa (física e química), se comparadas aos corais hermatípicos (construtores de recife). Dessa forma, as esponjas podem afetar o processo de recrutamento e crescimento de corais, comprometendo importantes processos ecológicos. Alternativamente, impactos negativos da competição de esponjas sobre corais têm sido atenuados por efeitos indiretos da predação por peixes sobre as esponjas em recifes de corais de alta diversidade. Entretanto, essas relações não têm sido avaliadas no Atlântico Sul, importante região com alto endemismo e baixa diversidade relativa. Assim, o presente estudo investigou a influencia de peixes predadores sobre a estrutura das assembleias de esponjas de recifes de corais na Baía de Todos os santos, Bahia, Brasil. Foi investigada se existe uma relação negativa entre a cobertura de esponjas e a densidade de peixes espongívoros. Adicionalmente, foi avaliada a atividade de forrageio para investigar se existe seleção de esponjas por peixes espongívoros e para acessar o efeito da espongivoria sobre interações competitivas entre esponjas e corais hermatípicos. Os resultados do estudo mostraram que peixes predadores não controlam as assembleias de esponjas nos recifes de corais estudados. Entretanto, houve uma relação significativa entre a cobertura de Scopalina ruetzleri e a densidade de Pomacanthus arcuatus, sugerindo que o controle predador-presa pode ocorrer ao nível de espécie, mas não ao nível de assembleia. Os espongívoros selecionaram Desmapsamma anchorataScopalina ruetzleri, Aplysina cauliformis eNiphates erecta, espécies de esponjas que são consideradas na literatura como palatáveis ou não toleradas pelos predadores. Além disso, o aumento da densidade de peixes espongívoros não refletiu na diminuição do número de encontros naturais entre esponjas e corais hermatípicos. Assim, sugerimos que o efeito da predação por peixes sobre as interações com corais hermatípicos e sobre a cobertura de esponjas pode ser considerada fraco nos recifes de corais do Atlântico Sul. Possivelmente, a combinação de fatores naturais (e.g. sedimentação) e estressores antrópicos locais (poluição e pesca) na Baía de Todos os Santos podem explicar os padrões encontrados. Assim, recomenda-se um maior controle dos impactos locais, como pesca e poluição, por meio da implementação de planos de manejo de área marinha protegida já existente na região e da reavaliação de cotas para retirada de peixes para fins ornamentais  previamente estabelecidas no país.  A proteção efetiva de áreas marinhas pode potencialmente alterar as interações entre peixes e esponjas e indiretamente nas interações com corais hermatípicos, influenciando a integridade e o funcionamento dos recifes de corais.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 859.394.105-29 - ANTOINE LEDUC - NENHUMA
Interno - 1522389 - FRANCISCO CARLOS ROCHA DE BARROS JUNIOR
Externo à Instituição - GUILHERME RAMOS DA SILVA MURICY - UFRJ
Notícia cadastrada em: 31/01/2020 10:07
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