Banca de DEFESA: ROBERTA SOUZA FREITAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ROBERTA SOUZA FREITAS
DATA : 17/12/2020
HORA: 09:00
LOCAL: https://www.youtube.com/user/labvideoisc
TÍTULO:

Saúde cardiovascular ideal:  uma análise epidemiológica sob uma perspectiva interseccional no Elsa-Brasil.


PALAVRAS-CHAVES:

Interseccionalidade; Doenças Cardiovasculares; Discriminação Social; Segregação Social; Trajetória do Peso do Corpo; Estudos Transversais; Fatores de risco cardiovascular; Prevenção cardiovascular; Mediação; Interação.


PÁGINAS: 194
RESUMO:

As doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no Brasil e em todas as regiões brasileiras, e a maioria dos estudos concentram-se nos aspectos de morbidade e fatores de risco. Entretanto, é importante ir além do adoecimento da população e refletir, analisar e compreender de que forma os processos biológicos, socioeconômicos e de identidade podem promover a saúde cardiovascular. Por isso, a American Heart Association (AHA) estabeleceu como meta a redução das taxas de mortalidade ajustadas por idade e das taxas de morbidade por doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral, e publicou um indicador denominado métricas da saúde cardiovascular ideal. Essas métricas extrapolam a definição de ausência de doenças cardiovasculares e pode ser definida pela identificação de atributos positivos de sete fatores ou comportamentos de saúde (dieta, exercício físico, índice de massa corporal, tabagismo, pressão arterial, glicemia em jejum e níveis de colesterol). Os estudos têm identificado baixa prevalência nessas métricas e sua associação com diversos fatores como sexo, posição socioeconômica, raça, idade. No entanto, o foco nos fatores de risco é insuficiente já que essas associações não parecem ser unidirecionais e produzem desigualdades em saúde. Para entender a complexidade em que essas desigualdades afetam cada um desses fatores em diferentes grupos na população, sugere-se uma abordagem integrada, por meio da análise interseccional. Assim, o objetivo geral dessa tese é analisar as métricas de saúde cardiovascular, por meio de uma perspectiva interseccional, em adultos participantes de uma coorte brasileira. Para isso, foram utilizados dados da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). A associação entre as métricas de saúde cardiovascular e a interseccionalidade, considerando grupos definidos em termos das relações de sexo, raça e escolaridade, foi avaliada utilizando estratégias que incluem o uso de interação aditiva e multiplicativa, e a análise da mediação do efeito da interseccionalidade nas métricas de saúde cardiovascular via percepção de discriminação e segregação residencial. Avaliou-se também a associação entre trajetória antropométrica e saúde cardiovascular, sob a mesma perspectiva. Observou-se tendência de maiores valores médios de saúde cardiovascular com o aumento dos anos de escolaridade, e que essa diferença foi acentuada principalmente entre as mulheres. Identificou-se interação estatisticamente significante e positiva entre sexo e escolaridade, nas escalas aditiva e multiplicativa, para as métricas de saúde cardiovascular ideal. A importância dessa relação foi confirmada por meio da decomposição do efeito das desigualdades nas métricas de saúde cardiovascular ideal na presença de mediação por percepção de discriminação e segregação residencial. Observou-se ainda melhores níveis de saúde cardiovascular ideal entre indivíduos que apresentam trajetória antropométrica de alto risco apenas ao nascer (baixo ou excesso de peso ao nascer) e entre aqueles sem risco (não apresentavam risco ao nascer e não evoluíram para excesso de peso na vida adulta). Embora métricas de saúde cardiovascular sejam modificáveis a nível individual, é importante considerar políticas públicas que visem a redução das doenças cardiovasculares focadas principalmente no aumento da educação para a população, além de intervenções para reduzir a segregação residencial e que direcionem esforços para o estado antropométrico atual. Assim, avaliar a saúde por meio da interseccionalidade pode auxiliar no melhor direcionamento e efetividade dessas políticas. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2195844 - LEILA DENISE ALVES FERREIRA AMORIM
Interno - 2548659 - SHEILA MARIA ALVIM DE MATOS
Externo à Instituição - DANIELLE BIVANCO DE LIMA
Externo à Instituição - EMANUELLE FREITAS GOES
Externo à Instituição - ITAMAR DE SOUZA SANTOS
Externo à Instituição - MARIA DE JESUS MENDES DA FONSECA - ENSP
Notícia cadastrada em: 08/12/2020 21:02
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA