Banca de DEFESA: CINTIA FIGUEIREDO AMARAL

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CINTIA FIGUEIREDO AMARAL
DATA : 07/03/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório da Biblioteca Universitária de Saúde
TÍTULO:

TRAJETÓRIAS DE VIDA DE MULHERES E INTERSECCIONALIDADES: EXPERIÊNCIAS DE CUIDADO DAS MÃES DE CRIANÇAS COM A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS


PALAVRAS-CHAVES:

Epidemia Zika vírus; ruptura biográfica; maternidade solo e militante.

Síndrome Congênita do Zika Vírus; rotina de cuidados; interseccionalidade.


PÁGINAS: 95
RESUMO:

Artigo 1: Entre 2015 e 2016 o Brasil foi acometido pela epidemia do Zika Vírus, com aumento do número de casos de crianças com microcefalia por infecção desse vírus configurando a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV). Ao se pensar na trajetória de vida das mulheres que tiveram filhas/filhos com a SCZV e na sua repercussão, considera-se que houve uma ruptura biográfica, um evento disruptivo que transforma e redireciona o curso de vida. Este estudo tem como objetivo compreender de que forma as experiências de cuidado repercutem na trajetória de vida de mulheres que se tornaram mães de uma criança com Síndrome Congênita do Zika Vírus. Trata-se de um estudo de base feminista, ancorado na abordagem teórica e metodológica da interseccionalidade, que utilizou a entrevista narrativa com nove mulheres para a produção dos dados empíricos. Os resultados apontam que o início da ruptura biográfica ocorre com a descoberta do diagnóstico, que aconteceu em diferentes momentos: na gestação, ao nascer e no curso do desenvolvimento da criança. Foi unânime o impacto e a mobilização com a notícia, agravada pelo comportamento antiético e não acolhedor de alguns médicos no momento da informação do diagnóstico e no acompanhamento. A solidão da maternidade atípica e negra escancara a fragilidade da rede de apoio, de modo que todas as mulheres precisaram parar de trabalhar e estudar para se dedicar ao cuidado. A militância, além de oportunizar uma organização pelas lutas de direitos, vislumbrou novas perspectivas de reinvenção, através da formação e fortalecimento da rede de apoio entre essas mulheres e criação de ONGs.

Artigo 2: A epidemia da Zika Vírus foi um importante problema de saúde pública. Na ocasião, o Ministério da Saúde do Brasil decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). As consequências da epidemia repercutem até hoje na vida cotidiana das mulheres afetadas pelo Zika Vírus que tiveram filhas/ filhos com SCZV e produzem formas diversas de cuidado, atravessado pelas desigualdades de gênero, raça e classe. Este estudo tem como objetivo compreender as percepções sobre o cuidado dispensado às crianças com a SCZV, as mudanças no cotidiano e os desafios presentes nas narrativas de mulheres que se tornaram mães de uma criança com Síndrome Congênita do Zika Vírus. Trata-se de um estudo de base feminista, ancorado na abordagem teórica e metodológica da interseccionalidade, que utilizou a entrevista narrativa com nove mulheres para a produção dos dados empíricos. Os resultados sugerem que as percepções de cuidado são atravessadas pela lógica patriarcal de que a mulher é a principal responsável pelas as atividades domésticas e pelo o cuidado, um lugar de cuidado invisibilizado pela cultura e sociedade, ancorado na premissa que a função da mulher é cuidar, mesmo diante das evidências de machismo estrutural. Observa-se uma rotina exaustiva e sobrecarregada, acrescidas pelos cuidados específicos com uma criança com múltiplas deficiências, com uma frágil rede de apoio e uma contribuição inexpressiva dos homens, sobretudo, para mulheres pobres e pretas. Nesse sentido, a ideia de autocuidado é construída a partir da necessidade com cuidados básicos e orientada por uma lógica de que o cuidado é um privilégio.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - POLYANA APARECIDA VALENTE
Presidente - 2570813 - CLARICE SANTOS MOTA
Interna - 2286127 - DARCI NEVES DOS SANTOS
Notícia cadastrada em: 29/02/2024 16:34
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA