Banca de DEFESA: ERIKA SAMANTHA SANTOS DE CARVALHO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ERIKA SAMANTHA SANTOS DE CARVALHO
DATA : 08/03/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Plataforma Conferênciaweb
TÍTULO:

INTERVENÇÕES AGRONÔMICAS E ENOLÓGICAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO VINHO TOURIGA NACIONAL PRODUZIDO NO SUBMÉDIO DO VALE DO SÃO FRANCISCO


PALAVRAS-CHAVES:

viticultura tropical, estádio de maturação, maceração, perfil metabolômico, perfil sensorial


PÁGINAS: 201
RESUMO:

A região do Submédio do Vale do São Francisco, no Nordeste Brasileiro, destaca-se por uma abordagem singular na viticultura, conhecida como viticultura tropical. Diferenciando-se das regiões vitivinícolas convencionais, na região é possivel a produção de até duas safras e meia anuais na mesma área, distribuída ao longo do ano. Nesse cenário, os vinhos finos elaborados com a uva Vitis vinifera L., entre elas aqueles elaborados a partir da cultivar Touriga Nacional, têm se destacado no cenário internacional. Este estudo teve como objetivo propor alternativas agronômicas e enológicas para melhorar a qualidade sensorial e o do vinho tinto tropical 'Touriga Nacional' produzido no Submédio Vale do São Francisco. Foram investigados o impacto no perfil físico-químico, metabolômico, sensorial e na capacidade antioxidante da época do ano de colheita, do estádio de maturação da uva e do tempo de duração da maceração durante o processo de vinificação tradicional (maceração simultânea a fermentação alcóolica). Para isso, foram elaborados vinhos experimentais a partir de uvas colhidas em três estágios de maturação durante duas épocas distintas: safra I (“safra de verão”, com colheita a partir de 09/02/2017, e safra II (“safra de inverno”), com colheita a partir de 12/07/2017. As uvas foram colhidas em três estádios de maturação (antes, durante e após a maturação tecnológica), variando de 21,6° a 24,5° Brix na safra I e de 22,5° a 24,6° Brix na safra II, com intervalos de sete dias entre as datas de colheita. Durante a vinificação, a maceração foi realizada em três períodos distintos (7, 14 e 21 dias) para cada época de colheita e estádio de maturação da uva. Adicionalmente, mostos para análise foram coletados logo após a vinificação e durante toda a etapa de maceração do tratamento elaborado com uvas colhidas em sobrematuração (ao redor de 24ºBrix) e 21 dias de maceração. Esta tese foi dividida em quatro capítulos, o primeiro deles compente a referência bibliográfica. O segundo capítulo refere-se ao artigo “Extended maceration of must improves phenolic composition and antioxidant potential of Touriga Nacional tropical wines”. Os resultados apontaram que a maceração prolongada aumenta a concentração de compostos fenólicos (principalmente flavanols), a intensidade da cor e a capacidade antioxidante do mosto de vinho da cultivar. No terceiro capítulo, o artigo “Efeito do estádio de maturação da uva e tempo de maceração em função da época do ano de colheita da uva, sobre o perfil físico-químico, sensorial e nutracêutico do vinho tinto tropical da cultivar Touriga Nacional”, os resultados monstraram que o estádio de maturação das uvas no momento da colheita teve um maior impacto na composição físicoquímica e no conteúdo de compostos fenólicos dos vinhos, sendo a intensidade de cor, o índice de polifenóis totais, o teor alcóolico e a concentração da maioria dos compostos fenólicos superior no vinho elaborado com uvas colhidas em estádio mais avançada. Entretanto, o prolongamento da maceração para mais de 14 dias de duração, promovou um incremento na capacidade antioxidante do vinho ‘Touriga Nacional’. A colheita de uvas na safra de inverno, promoveu ao vinho tropical maior conteúdo de compostos fenólicos das classes dos ácidos fenólicos, antocianinas monoméricas, estilbenos e flavanols. No quarto cápitulo “ 1H NMR and UPLC-HRMS-based metabolomic approach for evaluation of the grape maturity and maceration time of Touriga Nacional wines and their correlation with the chemical stability”, utilizou-se abordagem inovadora (cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas e ressonância nuclear magnética) para entender como a época de colheita do ano, estádio de maturação das uvas e tempo de maceração afetam no perfil metabolômico do vinho tropical Touriga Nacional. Adicionalmente, análises quimiométricas foram aplicadas para relacionar esse perfil metabolômico com as características sensoriais e estabilidade química do vinho. A época da colheit seguido do estádio de maturação da uva foram os efeitos mais impactantes no perfil metabolômico do vinho. Novamente, procianidinas e outros flavanols foram encontrados em maiores concentrações nos vinhos elaborados com as uvas colhidas na “safra de inverno”, em sobrematuração e macerados por 21 dias. Vinhos de melhor estabilidade química os vinhos foram produzidos a partir de uvas colhidas em sobrematuração, e quem continham maiores concentração de ácido galacturônico. Assim, as informações geradas na tese podem orientar os produtores na tomada de decisões cruciais relacionadas à data de colheita da uva ‘Touriga Nacional’, e tempo de maceração, em função da época do ano, com o objetivo de produzir vinhos de alta qualidade e maior estabilidade química. A relevância deste estudo é evidente ao fornecer insights valiosos para os produtores da região do Submédio do Vale do São Francisco e de outras regiões de clima tropical.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - JULIANE ELISA WELKE
Presidente - ***.961.678-** - ALINE CAMARÃO TELLES BIASOTO - EMBRAPA
Interna - 287294 - LUZIMAR GONZAGA FERNANDEZ
Externo ao Programa - 1980101 - MARCELO ANDRES UMSZA GUEZ - nullInterno - 2085555 - RENATO DELMONDEZ DE CASTRO
Notícia cadastrada em: 07/03/2024 08:09
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