HORROR ART-HOUSE: INVESTIGAÇÕES SOBRE A CAPITALIZAÇÃO DO EU E DO HORROR
NA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Santiago Nazarian; Post-Horror; Teoria Ator Rede; Transmídia; RT Features;
O presente trabalho busca analisar a tendência do discurso cinematográfico do gênero horror na
literatura brasileira contemporânea a partir dos romances Neve Negra e Biofobia de Santiago
Nazarian. O autor transita pela cultura de massa, pela literatura pop, pela linguagem
cinematográfica e pelo espaço biográfico, ficando atento à recepção de suas obras para criar
estratégias performáticas de legitimação. O escritor assume uma identidade mitológica e midiática,
tecida através de uma rede imaginária formada por seus leitores. Nesse processo, dentro de uma
estética que utiliza elementos do pop, o projeto literário do autor está mudando e se inserido na
estética cinematográfica do horror. O trabalho busca então problematizar essa trajetória, pensando
na construção do gosto do autor e na tentativa de consolidar a sua obra a partir do crescimento do
consumo desse tipo de literatura, influenciado pelo sucesso do cinema de horror, tanto pelo leitor
comum quanto para crítica literária. Assim, a tese de doutorado busca questionar a classificação do
termo post-horror, utilizada por esses escritores, como uma estratégia mercadológica vinculada à
uma indústria cinematográfica que vende o discurso do Art-House no cenário dos festivais e
premiações independentes, que acaba influenciando na precarização nas condições e nos valores
do trabalho artístico ao trata-lo como uma commodity, ligado principalmente à produtora de cinema
RT Features. Para isso, serão utilizados os conceitos de Transmidia de Jenkins, a ideia de
hiperpresente de Lipovetsky e Serroy, o trabalho de Annatereza Fabris e Eneida Maria de Souza
sobre o mercado literário brasileiro, a discussão sobre autoria e a construção midiática do eu a partir
de Sibília e Foucault, no intuito de perceber como o cinema internacional de horror está
influenciando na construção da estética do terror na literatura brasileira contemporânea. Além
disso, para discutir o conceito de Horror, serão utilizados Platão, Aristóteles, Derrida, Artaud e
Niezstche.