Cartografia e Georreferenciamento na Geolinguística: revisão e atualização das regiões dialetais e da rede de pontos para a elaboração do Atlas Linguístico do Brasil formuladas por Antenor Nascentes
Geolinguística, Áreas Dialetais, Cartografia, Georreferenciamento, Sistemas de Informações Geográficas
Os estudos de variação linguística levam em consideração questões diatópicas, diastráticas, diafásica, diageracionais e diassexuais podendo relacioná-los entre si. No Brasil, algumas propostas de divisões dialetais foram formuladas, destacando-se aquela proposta por Antenor Nascentes (1953) apresentada na segunda edição de O Linguajar Carioca (Nascentes, 1953) por ser a mais citada, comentada e servir como base para quase todos os estudos de natureza geolinguística. Embora acompanhada de um mapa, a descrição das linhas de limites propostos por ele foi feita usando como referências localidades e acidentes geográficos (especialmente rios e serras) que não estão presentes nesse mapa, não sendo assim, suficientes para a reprodução das divisões. Além da proposta da divisão dialetal, Nascentes apresentou uma sugestão para rede de pontos para uso na coleta de dados para o Atlas Linguístico do Brasil (Nascentes, 1958). Assim como o outro documento, a rede de pontos resume-se a uma listagem na qual os pontos sugeridos são apresentados agrupados conforme as divisões política e regional do Brasil à época e nominados de acordo com os topônimos então adotados e que não correspondem, em grande parte, aos topônimos e dependências político-administrativas atuais (a divisão política do Brasil sofreu várias alterações entre 1953 e os dias atuais). A tese irá apresentar um mapa da divisão dialetal e 26 outros com as localidades sugeridas (um para cada unidade da federação atual), elaborados com recursos da Cartografia automatizada, usando recursos de banco de dados SIG – Sistemas de Informações Geográficas, associando cada elemento da descrição a quantas informações sejam necessárias (atributos), sejam de cunho geográfico, histórico e socioeconômico, identificando-os por suas coordenadas geográficas (latitude e longitude) o que garante o caráter individual de identificação de cada uma delas, descartando-se desse modo, qualquer problema de ambiguidade o que será, para uso desta e de futuras gerações de linguistas, o grande diferencial entre este mapa e todos os demais até então publicados, já que observação à Cartografia oficial permitirá que, a partir da edição deste novo mapa, em qualquer época, qualquer localidade ou acidente físico possa ser identificado e tenha a ela (ou ele) associadas, novas informações.