Banca de DEFESA: RAFAEL SANTOS DANTAS MIRANDA DÓREA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAFAEL SANTOS DANTAS MIRANDA DÓREA
DATA : 06/02/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Instituto Multidisciplinar em Saúde
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA, ANTINOCICEPTIVA E CICATRIZANTE DO EXTRATO ETANÓLICO E SUBFRAÇÕES DA FOLHA DE Schinopsis brasiliensis Engler


PALAVRAS-CHAVES:

Schinopsis brasiliensis Engler. Antinociceptiva. Anti-inflamatória. Braúna.


PÁGINAS: 118
RESUMO:

Schinopsis brasiliensis Engler, popularmente conhecida como “Braúna”, é vastamente utilizada na medicina popular para tratamento de dor, febre, tosse entre outras doenças. Este estudo teve como objetivo avaliar a atividade anti-inflamatória, antinociceptiva e cicatrizante de S. brasiliensis Engler do semiárido da Bahia, coletadas na região da Floresta Nacional Contendas do Sincorá (FLONA), segundo dados etnofarmacológicos da região. Testes anteriores realizados com o extrato bruto (etanólico) e frações já comprovaram a ação antinociceptiva e anti-inflamatória presentes na folha da Braúna. Deste modo, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória das subfrações da folha de S. brasiliensis, iniciar o processo de identificação dos compostos bioativos, bem como elucidar os possíveis mecanismos de ação dessas subfrações. Os resultados foram obtidos por meio da coleta e identificação da espécie vegetal, análise fitoquímica, preparo do extrato etanólico, frações e subfrações, isolamento e identificação dos compostos. As subfrações testadas foram de hexano (H1, H2, H3, H4) e diclorometano (D1, D2, D3, D4 e D5). Para avaliar a atividade antinociceptiva e anti-inflamatória, foram realizados os testes de contorções abdominais induzidas por ácido acético, recrutamento de leucócitos para a cavidade peritoneal, avaliação do extravasamento peritoneal azul de Evans, nocicepção induzida pela injeção intraplantar de formalina. Para inflamação crônica, foi utilizado o teste de granuloma induzido pelo implante subcutâneo de pellet de algodão. Foi realizado o modelo experimental de ferida excisional para avaliar atividade cicatrizante do extrato bruto. Para a avaliação toxicológica, foram realizados testes de toxicidade aguda em ratos Wistar e de toxidade frente à Artemia salina (TAS). A análise estatística foi realizada por teste ANOVA de uma ou duas vias, abordagem paramétrica, seguida pelo teste de comparação múltipla de Bonferroni, com p < 0,05. As folhas de S. brasiliensis possuem polifenóis, taninos, saponinas, flavonoides, alcaloides e esteroides tanto no extrato bruto quanto nas frações estudadas. A análise por cromatografia gasosa acoplada a espectrofotometria de massa identificou 36 substâncias na fração hexânica e diclorometânica, dentre elas o Galato de Etila, substância de elevado interesse farmacológico. No experimento de contorção abdominal induzida por ácido acético, as subfrações H2, H3, H4 e D1 (50 mg/kg) reduziram significativamente a nocicepção (p < 0,05). Já o extrato etanólico (100 mg/kg) apresentou atividade antinociceptiva com ação opioide e inibitória na síntese de óxido nítrico (p < 0,05). No teste de nocicepção induzida pela injeção intraplantar de formalina, as subfrações H2, H3, H4, D1, D2, D3, D4 e D5 (50 mg/kg) reduziram o número de “flinches” induzidos pela formalina na fase 1 do experimento, (p > 0,05) e na fase 2, as subfrações H3, H4, D1, D2, D4 e D5 diminuíram significativamente a nocicepção quando comparado com o grupo veículo (p < 0,05). Nenhuma das subfrações diminuiu o edema de pata (p > 0,05). As subfrações D2, D3, D4 e D5 foram capazes de aumentar o limiar de dor dos animais no experimento de Von Frey (p < 0,05). As subfrações H2, H3, H4, D1 e D5 (50 mg/kg) apresentaram atividade anti-inflamatória reduzindo a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal (p < 0,05), sendo que o possível mecanismo de ação anti-inflamatório das subfrações H3, H4, D3, D4 e D5 seja pela diminuição da citocina TNF-a nos animais tratados e elevação da citocina IL-10 quando os animais foram tratados com a subfração D1. Não houve diminuição da permeabilidade vascular pelas subfrações avaliadas no teste de extravasamento azul de Evans (p > 0,05). O extrato etanólico (50 e 100 mg/kg) e todas as subfrações testadas reduziram o peso do tecido granulomatoso formado em relação ao grupo controle (p < 0,05), semelhante à redução promovida no grupo dexametasona (p > 0,05). O extrato etanólico não reduziu a área de contração das feridas por excisão em ratos em relação ao grupo veículo (p > 0,05). A avaliação da toxicidade aguda revelou alterações em padrões hematológicos, hepáticos e renais nos animais tratados com uma única dose de 2000 mg/kg do extrato etanólico de Braúna. A citotoxicidade foi avaliada frente ao teste de Artemia salina e a dose média encontrada foi de 93 μg/ml, sendo considerado muito ativa. Desta maneira, pode-se concluir que as folhas de S. brasiliensis Engler possuem potencial terapêutico relevante caracterizado pela presença de compostos com atividade comprovada, bem como por possuir atividades antinociceptivas e anti-inflamatórias significativas, e por se apresentar segura nas doses terapêuticas avaliadas. Sendo assim, a folha de Braúna é uma importante fonte natural para identificação de novas moléculas e compostos com fins terapêuticos, podendo futuramente ser utilizada pela população de forma sustentável, ajudando na proteção ambiental da espécie.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1788171 - BRUNO OLIVEIRA MOREIRA
Externo ao Programa - 3071194 - DAIANA SILVA LOPES
Externo ao Programa - 2342538 - GUILHERME BARRETO CAMPOS
Interno - 1561874 - LUCAS MIRANDA MARQUES
Presidente - 1553274 - REGIANE YATSUDA
Notícia cadastrada em: 06/02/2020 07:57
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