“É COMO SE FOSSE UM SEGUNDO PROFESSOR”: UMA ANÁLISE DA CONTRUÇÃO DO “NÃO LUGAR” PROFISSIONAL E DA ORIGEM DOS SABERES MOBILIZADOS PELOS AUXILIARES DE CLASSE
Auxiliares de classe; “Não lugar” profissional; Saberes
O/a professor(a) não tem sido o único a trabalhar na sala de aula do CEI, junto a ele tem o auxiliar de classe, a quem tem sido delegada as atividades de cuidado e reservada condições de trabalho diferentes como, por exemplo, carga horária maior e menor remuneração. Entretanto o trabalho desenvolvido por eles, é de responsabilidade do professor, pois a sala de aula é lugar profissional desta categoria profissional. Ocupando o lugar profissional que é de outrem, o auxiliar de classe desempenha a sua função no lugar da negação. Buscando compreender a construção do não lugar profissional e a origem dos saberes dos auxiliares de classe, este estudo caracteriza-se como qualitativo e tem como objetivo geral: analisar a constituição do “não lugar” profissional e a origem dos saberes utilizados pelos auxiliares de classe da Educação infantil, articulando as possíveis políticas públicas. Figura-se como um estudo com fins exploratórios, tendo como colaboradores 7 auxiliares de classe dos municípios de Amargosa e Itapetinga. A produção dos dados se deu através da análise documental e da entrevista narrativa. Após a produção dos dados eles foram catalogados e analisados a partir da técnica de análise de conteúdo. Estruturada no formato Multipaper, a pesquisa é apresentada em três artigos e cada um trata especificamente de um objetivo específico. Por fim, os dados produzidos evidenciaram a construção do “não lugar dos auxiliares de classe da Educação Infantil. Os elementos que formam e consolidam o “não lugar” podem ser verificados desde a motivação ao se tornarem auxiliar de classe até a invisibilidade destes trabalhadores nos documentos oficiais. Assim, a construção do “não lugar” profissional se dá: pela ocupação da função por busca de estabilidade; inexistência de uma definição do que é ser auxiliar que ocasiona o não reconhecimento; invisibilidade nas legislações, tanto no âmbito municipal quanto no nacional; impossibilidade do reconhecimento como profissão dada a falta de autonomia no fazer laboral, lugar próprio de atuação e um saber específico proveniente de uma formação especializada.