Banca de DEFESA: LUANA CARNEIRO PALMA GONCALVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUANA CARNEIRO PALMA GONCALVES
DATA : 30/06/2021
HORA: 13:30
LOCAL: IGM sala virtual 5
TÍTULO:

INVESTIGAÇÃO DE MECANISMOS ENVOLVIDOS NA AÇÃO LEISHMANICIDA DE INIBIDORES DA HSP90


PALAVRAS-CHAVES:

Leishmania, Hsp90, 17-DMAG


PÁGINAS: 124
RESUMO:

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por parasitos protozoários do
gênero Leishmania. Independente da manifestação clínica da doença, o tratamento
convencional é baseado principalmente no uso de antimoniais pentavalentes e
anfotericina B. Entretanto, tais drogas exibem alta toxicidade, efeitos colaterais
graves e administração prolongada. Desse modo, a busca por compostos mais
eficazes e menos tóxicos para o tratamento da leishmaniose é emergencial. Neste
contexto, os inibidores da Hsp90 têm sido estudados para o tratamento da
leishmaniose, entre eles, os inibidores da família da geldanamicina (GA). Estudos
demonstraram que o 17-N-alil amino 17-demetoxi geldanamicina (17-AAG) foi capaz
de reduzir em 90% o percentual de macrófagos infectados por L. amazonensis,
assim como o número de parasitos intracelulares. Esse efeito ocorreu em doses que
não foram tóxicas para o macrófago, que é célula hospedeira para Leishmania spp.
Apesar das evidências do efeito leishmanicida desses inibidores, pouco se sabe
como atuam durante a infecção por Leishmania. Assim, para desenvolvimento de
um esquema terapêutico ideal para a leishmaniose, por meio do uso de inibidores da
Hsp90, a compreensão dos mecanismos envolvidos na ação leishmanicida desses
compostos é fundamental. Desse modo, o objetivo do presente trabalho foi
investigar possíveis mecanismos de ação de inibidores da Hsp90, incluindo GA, 17-
AAG e 17-dimetil-amino-etil amino-17-demetoxi geldanamicina (17-DMAG), sobre a
morte de Leishmania. Nessa tese focamos principalmente no composto
hidrossolúvel 17-DMAG. Nossa hipótese é que os inibidores de Hsp90 teriam um
efeito duplo, direto sobre a Leishmania, assim como sobre a célula hospedeira,
modulando a resposta inata, facilitando a morte intracelular de L. amazonensis.
Assim, a eficácia em matar o parasito em concentrações não tóxicas para o
macrófago poderia estar relacionada a uma maior afinidade dos inibidores da família
da GA pela Hsp90 do parasito em comparação a sua afinidade pela Hsp90 da célula
hospedeira, resultante de possíveis diferenças estruturais e funcionais entre os
ortólogos de Hsp90, Hsp83 de Leishmania e Hsp90 da célula hospedeira. Além
disso, hipotetizamos que inibidores da família da GA poderiam contribuir para a
morte do parasito por meio de ativação do inflamassomo. Para avaliação do efeito
direto do inibidor, inicialmente, avaliamos a toxicidade do parasito e da célula
hospedeira aos inibidores GA, 17-AAG e 17-DMAG, e confirmamos que L.
amazonensis foi mais sensível aos inibidores do que a célula hospedeira. Em
seguida, utilizando uma abordagem in silico, avaliamos as interações presentes
entre GA, 17-AAG e 17-DMAG e Hsp83 de L. amazonensis ou Hsp90 humana. Os
dados mostraram predominância de ligações de hidrogênio mediadas por moléculas
de água na interação entre os inibidores e Hsp90 humana, enquanto que, ligações
diretas de hidrogênio foram observadas entre os inibidores e Hsp83 de L.
amazonensis. Em seguida, a partir de análises de docking foi observado que GA,
17-AAG e 17-DMAG tendem a se ligar com maior intensidade a Hsp83 de L.
amazonensis do que Hsp90 humana, o que pode estar relacionado às ligações
diretas de hidrogênio presentes entre inibidores e Hsp83 de L. amazonensis.
Posteriormente, foi avaliado o efeito do inibidor de Hsp90, 17-DMAG, na modulação
da resposta imune da célula hospedeira, especificamente na ativação do
inflamassoma. Os dados mostraram que células infectadas tratadas com 17-DMAG
apresentaram níveis elevados de IL-1 quando comparados com células infectadas
não tratadas, sugerindo ativação do inflamassoma. Entretanto, em macrófagos com
inibição de caspase 1 e em macrófagos de camundongos C57BL6 NLRP3-/- a morte
do parasito induzida por 17-DMAG não foi alterada, sugerindo que o inflamossomo
NLRP3 não tem influência sobre o efeito leishmanicida desse inibidor da Hsp90. Em
conclusão, nessa tese apresentamos evidências que o 17-DMAG tem efeito direto
na morte de Leishmania, o que pode ser explicado pela maior tendência de ligação
entre o inibidor e Hsp83 do parasito do que Hsp90 humana. Estudos serão
futuramente conduzidos para esclarecer se a produção de IL-1em macrófagos
tratados com 17-DMAG influenciam na morte de L. amazonensis em macrófagos
infectados e tratados por 17-DMAG.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - WANDER ROGÉRIO PAVANELLI - UEL
Interna - 024.952.207-11 - CAMILA INDIANI DE OLIVEIRA - USP
Interno - 249.563.328-58 - LEONARDO PAIVA FARIAS - USP
Presidente - 466.269.055-20 - PATRICIA SAMPAIO TAVARES VERAS - Fiocruz - RJ
Interna - 028.288.917-55 - VALÉRIA DE MATOS BORGES - UFRJ
Notícia cadastrada em: 28/06/2021 13:33
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