HIDROPIRÓLISE DE ASFALTENOS E RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÕES GEOQUÍMICAS – ÓLEO DA FORMAÇÃO PIRAMBÓIA, BACIA DO PARANÁ, BRASIL
Biomarcadores, maturação, pirólise, querogênio.
A técnica de hidropirólise é um experimento hidrotermal amplamente utilizado na indústria do petróleo. A partir de princípios que simulam a formação de petróleo em laboratório, essa técnica pode ser aplicada em asfaltenos para obter biomarcadores que foram destruídos por efeitos da biodegradação. Com o intuito de reconstruir a fração parafínica de óleos biodegradados e permitir a correlação com sua rocha geradora, o principal objetivo deste trabalho é realizar experimentos de hidropirólise de asfaltenos – extraídos e precipitados a partir de três amostras de tar sands (70 a 85 % de resinas e asfaltenos) da Formação Pirambóia, e de uma amostra de folhelho imaturo rico em matéria orgânica (Carbono Orgânico Total % = 6.16, Ro = 0.42%) da Formação Irati (Bacia do Paraná, Estado de São Paulo, Brasil). Os parâmetros geoquímicos e petrográficos calculados para os produtos pirolisados estão disponíveis nesse trabalho, e oferecem novos entendimentos sobre o Sistema Petrolífero Irati-Pirambóia (!) e sobre as transformações físico-químicas da matéria orgânica em condições de hidropirólise. As razões geoquímicas calculadas indicam que a origem do óleo da Formação Pirambóia está associada a um ambiente de sedimentação anóxico (Pr/Fi<1), com forte evidência de precursores de bactérias anaeróbias (Hop/Est>1) em ambiente salino (Tric/Hop, C24 Tetracíclico/C26 Tricíclico, Gam/Hop). A salinidade está provavelmente relacionada à estratificação da coluna d´água e outras diferentes condições geológicas e ambientais que ocorreram durante a deposição da Formação Irati no final do Permiano. As porcentagens de C27, C28 e C29 esteranos apresentaram correlação geoquímica bem expressiva entre os óleos expulsos pela hidropirólise de asfaltenos e querogênio, provavelmente indicando a predominância de input algal/vegetais superiores terrestres. Os valores dos parâmetros de biomarcadores de maturidade 22S/(22S + 22R) C32 17α-hopano, S/(S+R) (C29 ααα) e ββ/(αα+ββ) (C29) não apresentaram diferenças significativas com o aumento do estresse termal dos experimentos. Concluindo, a estrutura do querogênio e dos asfaltenos pode ser alterada termicamente em condições de hidropirólise e gerar óleos expulsos, liberando biomarcadores fisicamente trapeados ou quimicamente ligados em suas respectivas estruturas.