Priorização espacial para a conservação de linhagens evolutivas independentes de Lutrinae do Neotrópico
Abordar as relações evolutivas inter- e intraespecífico é um passo importante para a conservação da biodiversidade. Contudo, o aspecto filogeográfico ainda é pouco explorado no campo do planejamento sistemático para a conservação para o estabelecimento de áreas prioritárias para a conservação. A filogeografia comparativa pode identificar espécies que tem uma história comum de vicariancia. A sub-família Lutrinae tem quatro espécies nativas do Neotrópico: Lontra longicaudis, Lontra Felina, Lontra provocax e Pteronura brasiliensis. Todas espécies exercem o importante papel de predador de topo e ainda, devido a sua sensibilidade à degradação ambiental, são bons indicadores da saúde ambiental. Aqui nesse trabalho, analisamos então, as linhagens para cada uma dessas espécies e suas filogeografias para assim determinar áreas prioritárias para a conservação seguindo o planejamento sistemático para a conservação. Aqui nós mostramos que as espécies de Lutrinae do Neotrópico se separam em 3,3,2 e 4 linhagens para Lontra longicaudis, Lontra Felina, Lontra provocax e Pteronura brasiliensis respectivamente. Ainda há uma concentração de diversificação na região central amazônica e no norte do chile. Contudo, para a conservação devem ser priorizadas também as áreas com maior endemismo, incluindo assim o México e as ilhas chilenas do Sul. Nosso trabalho é o primeiro estudo que direciona a priorização do complexo de espécies de Lutrinae do Neotrópico e ainda em uma escala macroecológica para as diferentes linhagens e ao destacar regiões de maior endemismo de linhagens e, por consequência, genético traz uma contribuição para pensar medidas de conservação para o clado que esta ameaçado pela perda de habitat e por contaminação ambiental de origem antrópica.