CROCHÊ NO CAMPUS: POSSIBILIDADES DO SENSÍVEL NOS COTIDIANOS EDUCATIVOS
Cotidianos Educacionais; Ambiências Educativas; Saberfazersentir Crochê; Ensino Médio; Instituto Federal de Educação.
A presente investigação surge da implicação da pesquisadora frente aos problemas que atravessam e desafiam o campo da educação de maneira ampla, mas também em seu local de trabalho, o Instituto Federal de Educação do Espírito Santo (Ifes). Com um olhar especialmente voltado ao campo das subjetividades humanas, que dada sua complexidade, exigem formação de estruturas outras de pensamento e cuidado. Assim, a ideia central deste trabalho foi desenvolver uma proposta interventiva que contemplasse pensar a educação numa perspectiva multirreferenciada, compreendendo o ser humano em sua totalidade. Dessa maneira, nos debruçamos em investigar a prática manual do crochê como propósito interventivo educacional, buscando dessa maneira, possíveis entrelaçamentos dialógicos e tessituras do conhecimento em rede no/do/com o cotidiano da educação. O objetivo geral desta pesquisa pretendeu compreender de que maneiras a prática do saberfazersentir crochê, como dispositivo de escuta sensível no Ifes Campus São Mateus, pode potencializar a formação humana. Para isso realizamos uma pesquisa qualitativa que contou com a participação de 29 praticantes envolvendo servidores docentes, técnicos administrativos, estudantes, estagiários, bolsistas e funcionários terceirizados. Através dos espaçostempos do cotidiano escolar vivenciados coletivamente vislumbramos possibilidades de indicar caminhos para processos formativos favoráveis ao desenvolvimento e práticas de relacionamentos mais éticos, justos e saudáveis entre as pessoas implicadas com as redes de sociabilidade que as formam. Sendo assim, propomos a construção da “Ambiência Formativa Balaio do Crochê”, ambiência que se propõe à acolhida e à escuta sensível, onde inserimos o saberfazersentir crochê como um dispositivo aberto e potente na construção da educação humana que se tece junto, no coletivo, pois a educação que traz mudanças na sociedade não é individualista, ela é produzida com e para as pessoas.