LITERATURAS PRODUZIDAS POR MULHERES INDÍGENAS NO BRASIL: PLASTICIDADES, RESSURGÊNCIAS E COSMOVISÕES
Estudo literário. Mulheres indígenas. Autoria/Autonomia.
Este estudo apresenta o levantamento e análise de produções literárias feitas por mulheres indígenas que produzem, na literatura brasileira, um projeto estético e ideológico de autoria/autonomia e sobrevivência, a partir dos anos de 2004 no Brasil. Para tanto, selecionei 23 obras assinadas por Eliane Potiguara, Graça Graúna, Lia Minápoty, Sulami Katy, Márcia Kambeba, Niara Terena, Kerexu Mirim, Denízia Cruz, Shirley Krenak, Vângri Kaingãng e Auritha Tabajara. O objetivo geral é analisar e discutir, ao longo das seções, um estudo sobre as produções literárias (poesia e prosa) dessas mulheres indígenas no Brasil, diferenciando a literatura indígena, indigenista e indianista através da leitura crítica de três conceitos estéticos presentes nas obras: (1) as plasticidades literárias; (2) uma ideia de uma literatura de ressurgência; (3) a cosmovisão dos indígenas como pano de fundo dos escritos. Discuto tais conceitos com base nos pressupostos teóricos de Édouard Glissant (1996), Eneida de Souza (2002), Siloé Amorim (2003), Eliane Potiguara (2004), Maria Gorete Neto (2005), Gersen Luciano (2006), Elisa Maria Costa Thiago (2007), Marta Gonçalves (2009), Olívio Jekupé (2009), América Cesar (2011), Amanda de Lima (2012), Graça Graúna (2012, 2013), Stuart Hall (2013), Henrique Freitas (2016), Marília Librandi (2018), dentre outros. Como resultado final desta pesquisa, pretendo viabilizar a circulação de escritos produzidos por mulheres que se preocupam em mostrarem-se diversas, construindo perspectivas no campo literário. Mediante necessidade de democratização literária, essas produções marcam que se há ausências de abordagens raciais e étnicas na literatura contemporânea de maior circulação nacional, há presença dessas abordagens nos atos enunciativos de autoria indígena corpus deste trabalho dissertativo.