A CONSTRUÇÃO DO TELÚRICO E DO IMAGINÁRIO EM OSÓRIO ALVES DE CASTRO
Osório Alves de Castro. Narrativa Regionalista. Telúrico. Imaginário.
Visa-se analisar a produção romanesca do escritor baiano Osório Alves de Castro, delimitada no modo como se estabelece a construção dos elementos do telúrico em Porto Calendário (1961) e do imaginário a partir da narrativa de Maria Fecha a Porta prau boi não te pegar (1978). A pesquisa, de cunho bibliográfico, tendo em vista o caráter pluridimensional da obra em tela, procede-se, então, abordagem temática dos referidos eventos apresentados no corpus. O enfoque existencial e a abertura filosófica distinguem a narrativa osoriana, não obstante, a inserção na crítica social característica da geração pós 1930. Deste modo, inicialmente no trabalho pensa-se o tecido da escrita do autor e sublinha questões espraiadas no texto, a saber, as complexas referências socio-históricas e a composição poético-filosófico da obra (ARAÚJO, 2008; 2009); (VALVERDE, 2007; 2008). O espaço/paisagem sertanejo narrado por Osório imerge em dado telurismo plurissignificativo e simbólico, visto além do aspecto fixo e circundante, atravessado pelo imaginário e devidas articulações com o poder do mito. A partir disso, na segunda seção envereda-se no telúrico, mas também a ambiência, ou seja, os elementos naturais a ele conectados, procura-se analisar leituras possíveis de materialidade e geopoética na obra de Osório (BACHELARD, 2003; 2008); (CHEVALIER; GHEERBRANT, 2006); (MACEDO, 2018). No último momento, aborda-se a composição do imaginário e do mito como tecido que envolve a espacialidade e narrativa. O imaginário como um conjunto de imagens que, relacionadas entre si, constituem o pensamento do homem (DURAND, 2012). Portanto, considera-se a primazia do texto e, a partir disso, mobiliza-se aportes teóricos como instrumentos operadores de leitura na análise das seções. Procura-se revisitar a obra osoriana para regar-lhe a seara de criação e motivar a discussão teórica sobre a mesma, apresentando aos leitores que a desconhecem.