TRADUZINDO A HERANÇA ANCESTRAL DAS GRIOTS MAKOTA VALDINA E MAYA ANGELOU,
NAS TEIAS DE ANANSE
Palavras-chave: Griots Maya Angelou e Makota Valdina. Tradução literária afrodiaspórica. Ancestralidade. Cultura. Ananse.
RESUMO
A herança ancestral das griots e contemporâneas Makota Valdina e Maya Angelou é tão fecunda para os campos literário e tradutório quanto as teorias e metodologias dialógicas advindas do estudo do personagem da cultura Ashanti, Ananse. Essa conhecida e marginalizada aranha, possuidora de múltiplas formas, tais como o mensageiro Exu, nos oferece caminhos para compreender as transformações dos indivíduos negros na Diáspora Africana. De modo articulado, coletivo e, sobretudo, criativo, todos esses signos são discutidos neste trabalho, com a finalidade de colaborar com a tradução do escopo de poemas selecionados, por meio das chaves epistêmicas resultantes da herança ancestral das griots Makota e Angelou. Essas traduções poéticas de mão dupla, do português para o inglês e vice e versa, também promovem um diálogo entre as autoras, através das características impressas por elas em suas obras. Para tal, os intelectuais Hampâtê Bá (1980), Denise Carrascosa (2017), Rodney William (2020), Adwoa Badoe e Baba Diakité (2006), Leda Martins (2021), Gabriel Nascimento (2019), Henry Louis Gates (1988) e Júlio Braga (1989), juntos a tantos outros citados no trabalho, contribuem para embasar a temática da ancestralidade e suas ressonâncias. Tais questões, esteticamente registradas por Makota Valdina e Maya Angelou, resultaram na criação de teias literárias e tradutórias, fortalecendo, dessa forma, os laços transnacionais de afrodescendentes. No que tange às mulheres negras, em especial, a importância das autoras, de seus trabalhos e das traduções ganha ainda mais potência por reduzir o fosso da desigualdade de raça e gênero presente no Brasil e nos Estados Unidos.