ENTRE ACERTOS E DESCONTINUIDADES: POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA NA BAHIA E PERSPECTIVAS DE INOVAÇÃO
Políticas públicas. Formação intercultural e crítica. Ensino de Língua Portuguesa.
O presente trabalho, fundamentado na Linguística Aplicada Transdisciplinar e Crítica, tematiza a formação docente de professores de Língua Portuguesa como língua materna. Mais especificamente, problematiza-se como tem ocorrido, em linhas gerais, a formação docente de professores de Língua Portuguesa enquanto língua materna no estado da Bahia, a partir da análise do Programa de Formação para Professores GESTAR. Ainda, discute-se também, com base no referido programa, que concepção de língua e de linguagem é ensinada em tais cursos, bem como a serviço de que (ou de quem, ou de quais) diretriz(es) tais concepções obedecem. Objetiva-se, assim, de modo geral, analisar as políticas públicas de educação em Língua Portuguesa na Bahia para a formação continuada de professores e, para tanto, empreendeu-se um estudo de metodologia qualitativa, baseado na análise documental e na aplicação de questionários com treze professores formadores e duas coordenadoras, no intuito de, conjuntamente à base teórico-crítica que serviu de aporte à pesquisa, ouvir também as vozes dos principais envolvidos no processo de formação de professores. Em termos teóricos, esteprocesso de pesquisa se fundamentou, especialmente, em Candau (2012), Fleuri (2010), Mendes (2004; 2008), Mignolo (2003), Signorini (2005; 2006) e Walsh (2009). Em consonância à abordagem apresentada, a partir da perspectiva decolonial, entende-se, por fim, a necessidade de propor cursos de formação que apoiem-se, sobretudo, numa formação crítica de professores, que possibilite aos docentes reconhecer as relações de poder entre as políticas públicas de formação, entre a própria escola e a estrutura de poder na sociedade mais ampla, abrindo possibilidades para a elaboração de propostas pedagógicas informadas por interesses emancipatórios.