Banca de DEFESA: RAFAELA DE SOUZA BITTENCOURT

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAFAELA DE SOUZA BITTENCOURT
DATA : 16/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: meet.google.com/vit-rkrf-hfb
TÍTULO:

Avaliação da influência do estradiol sobre mecanismos da resposta imunológica em monócitos/macrófagos induzidos por Gardnerella vaginalis


PALAVRAS-CHAVES:

Estradiol, Gardnerella vaginalis, resposta inflamatória


PÁGINAS: 105
RESUMO:

Gardnerella vaginalis é uma bactéria comensal da microbiota vaginal e o principal agente da vaginose bacteriana (VB), uma infecção vaginal estabelecida devido ao desequilíbrio nesse ecossistema. A patogênese da vaginose bacteriana não está bem estabelecida, no entanto é considerada a principal desordem vaginal que acomete mulheres em idade reprodutiva o que pode hipotetizar a influência dos hormônios sexuais femininos em sua patogênese. Objetivo: Avaliar a influência do 17β-estradiol (E2) na resposta imunológica induzida por Gardnerella vaginalis em modelos in vitro de macrófagos peritoneais murinos (MPMs) fêmeas e monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) de mulheres, com ou sem atividade ovariana fisiológica. Metodologia: Realizado experimentos in vivo e in vitro. Para os experimentos in vivo nos animais, foram realizados: peso corporal, índice uterino e dosagem de estradiol e em humanos, foram realizados exames laboratoriais como hemograma, bioquímicos e hormonais. Para os experimentos in vitro os macrófagos peritoneais de fêmeas BALB/C cirurgia simulada (SHAM) ou ovariectomizadas (OVX) e os monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) de mulheres em período fértil e menopausa foram subdivididos em três grupos: células inoculadas com G. vaginalis, células com salina estéril, ambas por 6 horas, e células pré-tratadas com 17β-Estradiol (E2), por 6 horas, e inoculadas com G. vaginalis, também por 6 horas. Marcadores inflamatórios como: citocinas GM-CSF, IL-1β, TNF-α, IL-6, IL-12, IL-23, IL-27 e IL-10, nitritos totais, peróxido de hidrogênio (H2O2), foram mensurados em sobrenadante de cultura e a expressão dos genes TLR-2, NF-kB e ERα e ERβ Além disso, uma curva de crescimento foi realizada em dois grupos. O grupo um, apenas com G. vaginalis e o grupo dois, G. vaginalis com 17β-estradiol, durante um período de 24 horas. Resultados: Para a análise da curva de crescimento, pode ser constatada a atividade inibitória do E2 sobre a G. vaginalis. Para os experimentos em animais: In vivo, fêmeas SHAMs apresentaram maior peso uterino e maior concentração de estradiol, enquanto fêmeas OVX apresentaram maior peso corporal. In vitro, a concentração das citocinas, IL-6, IL-8, IL-10 e os marcadores inflamatórios, nitritos totais e o peróxido de hidrogênio (H2O2), apresentaram níveis elevados em MPMs de fêmeas SHAM e OVX inoculadas com G. vaginalis quando comparados com salina estéril. Ao tratamento com E2, os MPMs das fêmeas OVX apresentaram maiores níveis de IL-10 e peróxido de hidrogênio quando com parados com OVX sem tratamento. Entretanto, apenas o peróxido de hidrogênio se equiparou aos MPMs das fêmeas SHAM. Para as expressões gênicas de TLR-2, NF-kB e ERα e ERβ resultado similar foi observado nos modelos SHAM e OVX entre infectados e salina estéril. As comparações entre as células infectadas dos modelos SHAM, OVX e OVX tratados com E2 também apresentaram maiores níveis de citocinas e marcadores inflamatórios e expressões gênicas para células do modelo SHAM, com exceção apenas para expressão do ERβ. Para os experimentos em humanos: In vivo, todos os sujeitos de pesquisa selecionados estavam saudáveis, porém foi observado maior concentração de glicose, colesterol total, LDL e TGP nas mulheres na fase de menopausa e maior concentração de leucócitos nas mulheres em período fértil. Para a dosagem sérica dos hormônios sexuais foi observado que mulheres em período fértil apresentaram maiores concentrações de 17β-estradiol e progesterona, enquanto as mulheres na menopausa, concentrações elevadas dos hormônios folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). In vitro, os hPMs infectados com G. vaginalis de mulheres no período reprodutivo e na menopausa apresentaram maiores níveis de nitritos totais, H2O2 e citocinas quando comparado com salina. Entretanto, os hPMs infectados de mulheres na menopausa apresentaram maiores níveis de H2O2 em comparação com hPMs de mulheres no período reprodutivo. Em se tratando das citocinas as células tratadas com E2 não se equipararam às com E2 endógeno, exceto IL-10. Conclusão: Aos experimentos em animais e humanos, em relação à influência do E2 na resposta inflamatória aguda ao desafio, in vitro, por G. vaginalis, observa-se que o hormônio apresenta característica imunomodulatória, mas não podendo ser, exclusivamente, definida como pró ou antiinflamatória. Neste estudo, para o E2 endógeno, todas as citocinas, marcadores inflamatórios e expressões gênicas apresentaram maiores níveis, tanto em MPMs quanto para hPMs. Ao tratamento com E2, os MPMs de fêmeas OVX e hPMS de mulheres na menopausa apresentaram similaridade de resposta para os níveis de IL-10 em relação as células com E2 endógeno, indicando uma ação anti-inflamatória. Porém, os genes de reconhecimento e desencadeamento de inflamação aguda também apresentaram similaridade entre MPMs tratadas com E2 em relação às células com E2 exógeno. Influências fisiológicas, como a progesterona endógena, podem contribuir para que células apresentem características de resposta inflamatória aguda, e o tratamento de células, exclusivamente com E2, não tenha resultado em uma equiparação de resposta de células com hormônios sexuais endógenos. Entretanto, o E2 apresentou característica bacteriostática em relação a proliferação G. vaginalis, podendo este hormônio modular fatores de virulência deste microrganismo, assim, contribuindo para uma ausente ou discreta resposta imunológicas no curso da vaginose bacteriana.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1561874 - LUCAS MIRANDA MARQUES
Interna - 2312625 - LILIANY SOUZA DE BRITO AMARAL
Interna - 1552395 - TELMA DE JESUS SOARES
Externo ao Programa - 2315391 - FABRICIO FREIRE DE MELO
Externa à Instituição - CLARISSA LEAL SILVA E SOUZA
Notícia cadastrada em: 08/12/2021 08:26
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