O STATUS NUTRICIONAL ALTERA O BALANÇO INFLAMATÓRIO EM IDOSAS DIABÉTICAS E HIPERTENSAS
Hipertensão arterial sistêmica; Diabetes mellitus tipo 2; Inflamação; Composição corporal
Introdução/Objetivos: Nas mulheres, o envelhecimento é marcado por alterações hormonais fisiológicas que acarretam alterações na composição corporal, desenvolvimento de inflamação crônica de baixo grau e maior predisposição ao desenvolvimento de algumas doenças crônicas como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus tipo 2 (DMII). Embora sejam distúrbios com forte influência pró-inflamatória, pouco se sabe sobre como a composição corporal interfere nos marcadores inflamatórios em idosas diabéticas e hipertensas. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a inflamação em mulheres idosas diabéticas e hipertensas e sua associação com a massa gorda. Materiais e métodos: Este estudo consistiu na avaliação de 144 mulheres com idade entre 60 e 80 anos, com diagnóstico de HAS e DMII, assistidas por Unidades de Saúde da Família em Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. De acordo com o índice de massa corporal (IMC), essas mulheres foram classificadas como eutróficas ou com sobrepeso. Em seguida, foram realizadas avaliações antropométricas de diferentes marcadores, além de coleta de sangue periférico para a mensuração das concentrações séricas dos marcadores bioquímicos e citocinas. Por fim, comparou-se os grupos através do teste não paramétrico de Mann-Whitney e realizou-se o teste de correlação de Spearman, através do pacote de análises Corrplot do software estatístico R, avaliando-se de forma ampliada a influência da composição corporal sobre os fatores analisados. Resultados: Nas mulheres idosas eutróficas, a relação IL-10/IL-17A foi aumentada quando comparada àquelas com sobrepeso. Além disso, a IL-17 correlacionou-se negativamente com o HDL e positivamente com o colesterol total, LDL, triglicérides, VLDL e glicose nas idosas em eutrofia, mas não nas idosas com excesso de peso. A IL-10 também apresentou diferenças no padrão de correlação observado entre os grupos, pois nas eutróficas esta citocina apresentou correlação positiva com a circunferência da cintura, relação cintura/estatura e associação negativa com IL-17, enquanto em mulheres idosas com excesso de peso, não foi observado tal padrão. Conclusões: Assim, este trabalho demonstra como a massa gorda interfere no balanço de citocinas, principalmente IL-10 e IL-17, e como ela pode exercer um efeito sobre parâmetros bioquímicos e fatores de risco antropométrico associados ao DMII e à HAS.