Dança Desabafo: uma poética da sobrevivência.
dança, desabafo, precariedade, psicanálise, sobrevivência.
Esta tese de doutorado é uma reflexão em torno da Dança Desabafo, da artista cearense Sílvia Moura, cuja organização tem a forma de um arquipélago e é montada em duas versões; uma feita de escritos e imagens e, outra, gravada na forma oral. Desabafar é compartilhar aquilo que incomoda, desatar os nós da garganta e, assim, abrir espaço no corpo e nas relações. Costurada por relatos pessoais, sob a experiência da neurose de angústia (síndrome do pânico), trata-se de um desabafo cuja função, além da sobrevivência do autor, é o de propor um diálogo entre dança, psicanálise e o conceito de precariedade. Estes escritos são diretamente afetados pelo momento sócio-ambiental-político em que vivemos: pandemia e ascensão da extrema direita, dois traumas coletivos difíceis de tratar. Com isso, quero dizer que a Dança Desabafo é um intenso fluxo entre pessoal e coletivo, uma convocação para seguirmos, apesar de tudo.