Caracterização da resposta inflamatória e correlação da expressão do MITF e da p38mapk com fatores prognósticos nos melanomas caninos
neoplasia melanocítica, cães, melanócitos, inflamação, linfócitos.
A resposta do infiltrado inflamatório linfocítico associado ao melanoma vem sendo estudado ao longo dos anos na medicina como possível fator prognóstico desse tumor altamente agressivo, porém esta avaliação ainda não é muito bem descrita nos melanomas caninos. Assim neste trabalho objetivamos caracterizar a resposta inflamatória associada aos melanomas caninos nos diferentes sítios anatômicos (boca, dígito e pele) e verificar a expressão e correlação do MiTF e da p38MAPK com fatores prognósticos. Foram estudados 117 melanomas classificados com base na sua localização em dois grupos: melanomas localizados na cavidade oral/dígitos (n=74) e melanomas cutâneos (n=43), os quais foram submetidos à análise morfológica e morfométrica das células inflamatórias e avaliação clínico-patológica sistemática, além da avaliação da taxa de sobrevida dos animais. A partir desses parâmetros, foi observado que os tumores orais/dígitos estavam associados com características patológicas relacionadas ao pior prognóstico como o tamanho, índice mitótico, tipo histológico, atipia nuclear e a presença de metástase. A inflamação esteve mais presente nos tumores orais/dígitos, porém discreta, quando comparado ao grupo dos melanomas cutâneos, sendo os linfócitos o tipo celular predominante. A análise multivariada mostrou que a presença do infiltrado linfocítico foi um fator prognóstico independente, tendo correlação com a taxa de sobrevida. Estes resultados podem auxiliar a melhor compreensão sobre o papel do infiltrado inflamatório, em especial o linfocítico, nos melanomas caninos, fornecendo ferramentas alternativas no estabelecimento de possíveis fatores prognósticos.