INDÚSTRIA DA CULTURA CORPORAL: OS MECANISMOS DE EXTRAÇÃO DE MAIS-VALIA DO ULTIMATE FIGHTING CHAMPIONSHIP – UFC
Palavras-chave: Mixed Martial Arts, Ultimate Fighting Championship, extração de mais-valia.
Esta tese expõe os resultados finais de nossos estudos sobre as relações de trabalho estabelecidas entre o Ultimate Fighting Championship (UFC) e os(as) atletas de Mixed Martial Arts (MMA) contratados pela empresa estadunidense. Guiamo-nos pelas questões: quais as características da mercadoria MMA que servem de veículo material de troca no mercado das lutas corporais? Quais os nexos, contradições e possibilidades da realização do valor de outras tantas mercadorias quando postas em relação com o MMA desenvolvido por dentro do UFC? Por fim, quais são os mecanismos de extração de mais-valia presentes nas relações de trabalho estabelecidas entre o Ultimate Fighting Championship e os(as) atletas contratados(as) pela empresa? A partir dos estudos da teoria marxista sobre o valor e mais-valia e sobre a nova morfologia do trabalho; dos estudos em livros, teses, dissertações, sites e blogs especializados em MMA; bem como uma entrevista com uma atleta contratada pelo UFC; nos foi possível identificar as propriedades materialmente inerentes desta forma social de lutas, bem como suas utilidades e características, ou seja, seu valor-de-uso. Também, seu valor-de-troca a partir da identificação do consumo produtivo e individual. Assim como identificamos a quantidade de trabalho humano necessário para produção do MMA, ou seja, seu valor. Por fim, como conclusões, nossa tese de trabalho pode ser assim resumida: os atletas de MMA do UFC participam da valorização capitalista de duas formas diferentes, embora interdependentes: de um lado, participam de forma improdutiva na realização do valor de outras mercadorias; de outro lado, quando pensamos a própria cadeia produtiva do MMA, participam de forma produtiva ao produzir um valor maior do que o que foi inicialmente investido. A base de sustentação destas duas formas são os mecanismos de extração de mais-valia presentes nas relações de trabalho estabelecidas entre o UFC e os(as) atletas: monopólio de mercado, tipo de contrato, rendimentos, intensificação do trabalho (avanço sobre tempo de não trabalho, polivalência, doping e perda rápida de peso) e produtividade[.