NOS PASSOS DAS DANÇAS AFRO-DIASPÓRICAS, CORPAMOS VALORES ANCESTRAIS
Palavras-chave: dança. ensino fundamental. valores afro-civilizatórios. corpo. apagamento. danças populares.
RESUMO
Esta pesquisa do Mestrado em Dança foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação Profissional em Dança, na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A pesquisa-ação realizou-se com estudantes dos anos iniciais de Ensino Fundamental da Escola Municipal Cosme de Farias, situada no bairro do Nazaré, Salvador-BA, e a metodologia adotada foi a abordagem qualitativa. Na pesquisa, é abordada a importância da aplicação de maneira efetiva da Lei 10.639/03, que explana sobre a obrigatoriedade do ensino dos conteúdos com enfoque nas danças negras, a partir das minhas experiências no chão da escola há dezessete anos na Rede Municipal de Ensino de Salvador. No estudo, sistematizo metodologias afro- perspectivistas, tendo como proposição a dança como uma ação de avivamento dos valores afro-civilizatórios, propondo processos criativos e compositivos, procedimentos que favoreçam o desenvolvimento de competências atitudinais e relacionais, além das operacionais e cognitivas. Uma vez que percebi as situações de bullying e o apagamento étnico racial, o que leva muitas crianças a não se reconhecem como negras, tendo como consequência o apagamento de danças negras no cotidiano familiar e das crianças, a intolerância religiosa e o preconceito. Estou me pautando, nesta pesquisa, nos 4 pilares de Jacques Delors, isto é, aprender a ser, a conviver, a fazer e a conhecer, e nos estudos de bell hooks, Aza Njeri, Renato Noguera, Azoilda Trindade, Bas’llele Malomalo, Helena Katz e outros. Como produto, apresento o Manual Artístico Pedagógico Afro-perspectivista “Acendendo os sóis”, descrevendo os procedimentos artístico-pedagógicos desenvolvidos.