MONITORAMENTO ESPAÇO-TEMPORAL DA EXPANSÃO DO AGRONEGÓCIO NA REGIÃO OESTE DA BAHIA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO
O desenvolvimento do agronegócio tem sido altamente expressivo ao longo dos anos em todo o mundo. No Brasil, este processo é notadamente observado no bioma Cerrado, o que vem fazendo do país um dos líderes mundiais em produção agrícola. Apesar de fornecer um bom subsídio para economia nacional, este processo está causando significativos impactos ambientais na composição e configuração das florestas naturais do bioma, sendo assim, buscamos aqui investigar a influência do avanço do agronegócio sobre a configuração espacial de áreas de vegetação nativa. A estrutura deste trabalho é composta por dois capítulos em forma de artigo científico e, um produto técnico. No primeiro capítulo, objetivamos avaliar como o conhecimento científico acerca dos impactos do agronegócio na vegetação nativa tem evoluído ao longo dos anos. Para isso, através de análise bibliométrica e utilizando a base Scopus (Elsevier) identificamos como as pesquisas sobre este tema têm sido conduzidas no período de 1976 até 2018 e as principais contribuições dos autores neste período. Deste modo, foi possível avaliar tanto o estado da ciência sobre este assunto, quanto as principais lacunas de conhecimentos a serem preenchidas. O segundo capítulo teve por objetivo caracterizar a dinâmica espaço-temporal do avanço agropecuário em áreas de vegetação nativa, para isso, a região Oeste da Bahia, considerada uma das principais fronteiras agrícolas do Cerrado brasileiro, foi escolhida como cenário ideal para o desenvolvimento deste capítulo. Por meio da plataforma Google Engine e acesso a coleção 3.0 do Mapbiomas, obteve-se o mapeamento de 33 anos (1985 – 2017) da área de estudo, composto por imagens de satélite Landsat devidamente classificadas. Foi realizada a quantificação espacial das imagens através da aplicação das métricas da paisagem CA, PLAND, NP, LPI e ENN calculadas por pacote de algoritmos da linguagem “R”. A análise foi feita sob uma perspectiva multiescalar (Região Oeste da Bahia e os 24 municípios constituintes). Assim, foi possível mensurar tanto o avanço do agronegócio na região, quanto, em detrimento deste fator, o declínio das florestas naturais e a fragmentação e isolamento de habitats na maioria dos munícipios. Deste modo, o monitoramento realizado neste capítulo além de ser fundamental para o processo de gestão de áreas de floresta nativa impactadas pelo agronegócio, visando a conservação da natureza, foi importante subsídio para elaboração do produto técnico apresentado. O respectivo produto é compreendido por uma cartilha composta pelo mapeamento de uso e cobertura do solo de cada um dos 24 municípios da região Oeste da Bahia, além das respectivas taxas de perda de floresta natural frente ao avanço do agronegócio. Assim, espera-se que esta cartilha sirva como ferramenta para os processos de tomada de decisão aplicados à gestão e conservação das florestas naturais do Oeste Baiano.
agropecuária; floresta natural; configuração da paisagem; quantificação espacial; tomada de decisão
O desenvolvimento do agronegócio tem sido altamente expressivo ao longo dos anos em todo o mundo. No Brasil, este processo é notadamente observado no bioma Cerrado, o que vem fazendo do país um dos líderes mundiais em produção agrícola. Apesar de fornecer um bom subsídio para economia nacional, este processo está causando significativos impactos ambientais na composição e configuração das florestas naturais do bioma, sendo assim, buscamos aqui investigar a influência do avanço do agronegócio sobre a configuração espacial de áreas de vegetação nativa. A estrutura deste trabalho é composta por dois capítulos em forma de artigo científico e, um produto técnico. No primeiro capítulo, objetivamos avaliar como o conhecimento científico acerca dos impactos do agronegócio na vegetação nativa tem evoluído ao longo dos anos. Para isso, através de análise bibliométrica e utilizando a base Scopus (Elsevier) identificamos como as pesquisas sobre este tema têm sido conduzidas no período de 1976 até 2018 e as principais contribuições dos autores neste período. Deste modo, foi possível avaliar tanto o estado da ciência sobre este assunto, quanto as principais lacunas de conhecimentos a serem preenchidas. O segundo capítulo teve por objetivo caracterizar a dinâmica espaço-temporal do avanço agropecuário em áreas de vegetação nativa, para isso, a região Oeste da Bahia, considerada uma das principais fronteiras agrícolas do Cerrado brasileiro, foi escolhida como cenário ideal para o desenvolvimento deste capítulo. Por meio da plataforma Google Engine e acesso a coleção 3.0 do Mapbiomas, obteve-se o mapeamento de 33 anos (1985 – 2017) da área de estudo, composto por imagens de satélite Landsat devidamente classificadas. Foi realizada a quantificação espacial das imagens através da aplicação das métricas da paisagem CA, PLAND, NP, LPI e ENN calculadas por pacote de algoritmos da linguagem “R”. A análise foi feita sob uma perspectiva multiescalar (Região Oeste da Bahia e os 24 municípios constituintes). Assim, foi possível mensurar tanto o avanço do agronegócio na região, quanto, em detrimento deste fator, o declínio das florestas naturais e a fragmentação e isolamento de habitats na maioria dos munícipios. Deste modo, o monitoramento realizado neste capítulo além de ser fundamental para o processo de gestão de áreas de floresta nativa impactadas pelo agronegócio, visando a conservação da natureza, foi importante subsídio para elaboração do produto técnico apresentado. O respectivo produto é compreendido por uma cartilha composta pelo mapeamento de uso e cobertura do solo de cada um dos 24 municípios da região Oeste da Bahia, além das respectivas taxas de perda de floresta natural frente ao avanço do agronegócio. Assim, espera-se que esta cartilha sirva como ferramenta para os processos de tomada de decisão aplicados à gestão e conservação das florestas naturais do Oeste Baiano.