MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O SETOR SAÚDE: UMA INTRODUÇÃO AO CAMINHO PARA A DESCARBONIZAÇÃO NO SUS ATRAVÉS DA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA – O COMPLEXO HOSPITALAR CÉSAR DE ARAUJO
Mudanças Climáticas, Gases de Efeito Estufa, Serviço Único de Saúde, Sustentabilidade.
As mudanças climáticas são alterações nos padrões de temperatura e clima que vem se intensificando ao longo dos anos principalmente pelas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Diversas são as iniciativas a nível global para alcançar a descarbonização através da redução, ou até mitigação, dos impactos negativos promovidos por elas como, por exemplo, a quantificação e monitoramento das emissões através de instrumentos como os inventários de GEE. Nesse contexto, o serviço de saúde, uma das áreas mais impactadas com as consequências das mudanças climáticas, é o quinto maior emissor de GEE cuja contribuição equivale a 4,4% do total das emissões globais. Portanto, este trabalho tem como objetivo avaliar a contribuição em emissões líquidas globais de GEE referentes ao Escopo 2, utilizando a ferramenta do Programa Brasileiro GHG Protocol, de um Complexo Hospitalar localizado na cidade de Salvador/BA e propor um modelo de política ambiental para as unidades de saúde vinculadas ao Serviço Único de Saúde (SUS) detalhando diretrizes no que tangem a eficiência energética, responsabilidade socioambiental, gestão de recursos e fornecedores. Para tanto, o estudo se dará a partir de: i- revisão de literatura; ii- coleta de dados quantitativos referentes ao consumo energético do complexo; iii- discussão e análise dos dados; iv- elaboração da política ambiental de baixo carbono. Observou-se que no que tange ao Escopo 2, a unidade de saúde estudada é responsável por mais de 200 toneladas de CO2 na atmosfera, além disso, em linhas gerais, não possui políticas ambientais estabelecidas e consolidadas capazes de identificar os impactos ambientais negativos promovidos e ações de mitigação. Ao comparar com outras unidades do SUS a realidade não é diferente, o que, por sua vez, demonstra a necessidade de políticas capazes de interligar as vertentes ambientais, sociais e de saúde, a fim de garantir a qualidade da assistência prestada e a redução das enfermidades que afetam a sociedade.