CARACTERIZAÇÃO DE Acinetobacter baumannii ISOLADOS DE PACIENTES COM INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA EM SALVADOR, BAHIA
Acinetobacter baumannii, multirresistência, carbapenêmicos, genes de resistência, genotipagem
Acinetobacter baumannii é uma bactéria cocobacilar gram-negativa, aeróbica e imóvel. A. baumannii é um patógeno oportunista, de grande preocupação clínica, e pertence ao acrônimo “ESKAPE”, grupo de patógenos multirresistentes, responsáveis pela maioria dos surtos de infecções nosocomiais, entre elas bacteremias, pneumonias e septicemias em pacientes com situação imunológica crítica e internados em Unidades de Terapia Intensivas (UTIs). A. baumannii possui habilidade em adquirir diversos mecanismos de resistência aos mais variados antibióticos, em grande escala os β-lactâmicos. É de grande importância o conhecimento do patógeno, assim como a epidemiologia local de forma que medidas de controle epidemiológico sejam adequadamente implementadas. Portanto, objetiva-se descrever o perfil fenotípico e genotípico de isolados de A. baumannii provenientes de pacientes com infecções de corrente sanguínea, oriundos de dois hospitais situados na cidade de Salvador, BA. A identificação foi determinada por sistema automatizado, o teste de suscetibilidade aos antimicrobianos e o ECIM foram realizados por meio disco-difusão e os resultados interpretados com base nas orientações do CLSI. Os genes foram detectados pela técnica de PCR para investigar os genes de resistência, e a tipificação molecular foi executada pela técnica de ERIC-PCR. Foram avaliadas 36 amostras de pacientes com infecções de corrente sanguínea identificados no período de 2015 a 2019, entre os 36 isolados, 50% foram resistentes aos carbapenêmicos (imipenem e meropenem), sendo que 44% dos isolados foram MDR e um isolado foi XDR. Para o teste ECIM, 50% dos isolados foram positivos para produção de metalo-β-lactamases. A investigação de genes de resistência por PCR detectou os genes blaOXA-23 (15, 41,6%), blaOXA-24 (1, 2,7%), blaCTX-M (3, 8,3%), blaKPC (7, 19,4%) e blaVIM (18, 50%). Em três casos CarbR, não foi possível esclarecer o mecanismo de resistência. A tipificação molecular utilizando ERIC-PCR mostrou similaridade em dois grandes grupos, com 5 clones em cada cluster. A tipagem molecular por PFGE demonstrou 31 grupos distintos de clones e três grupos majoritários de A. baumannii resistentes aos carbapenêmicos produtor de VIM. A prevalência de isolados de A. baumannii multidroga resistentes produtores de carbapenemases, ESBLs e metalo-β-lactamases detectadas neste estudo, é de grande preocupação e se destaca com alta necessidade de medidas de controle epidemiológico e de infecção.