VALORIZAÇÃO DO BIO-ÓLEO DO RESÍDUO DE SISAL
bio-óleo, resíduo de sisal, pirólise rápida, leito fluidizado, transformação catalítica, razão O/C, fenólicos, aromáticos.
O bio-óleo do resíduo de sisal, produzido por meio do processo de pirólise rápida em leito fluidizado, possui uma composição diferenciada, que se destaca pela alta viscosidade, elevado ponto de fluidez, baixa razão entre oxigênio e carbono (O/C) e o elevado teor de fenólicos. Porém, apesar de apresentar baixa concentração de espécies oxigenadas em relação a outros bio-óleos, ele ainda precisa ter suas características melhoradas, a fim de ser utilizado em biorrefinarias, para a produção de espécies químicas de interesse industrial. Sendo assim, o presente trabalho tem o objetivo de avaliar a redução das espécies oxigenadas no bio-óleo do resíduo de sisal a partir da manipulação das variáveis operacionais do processo de pirólise rápida e da sua transformação catalítica por meio de catalisadores do tipo Ni-Cu/Al-MCM-41. Inicialmente, as características do bio-óleo foram estudadas a partir da variação da vazão de N2 (8-9 Nm³/h), da temperatura de reação (450-500 ºC), da vazão de injeção de biomassa (610-1000 g/h) e da pressão total do sistema (50-1700 mmH2O). O bio-óleo que forneceu a menor razão O/C, além de possuir o maior teor de aromáticos, foi obtido com a vazão de N2 de 8 Nm³/h, temperatura de 450 °C, vazão de biomassa de 1000 g/h pressão do sistema de 50 mmH2O. O bio-óleo de maior teor de fenólicos (14,2 wt%), por sua vez, foi obtido com a menor vazão de N2 de 8 Nm³/h, vazão de biomassa 610 g/h e temperatura de reação de 500 ºC. Nesta última condição operacional, foi obtido um produto com menor peso molecular médio (~362 g/mol), o que indicou o favorecimento da despolimerização do bio-óleo. Em geral os teores de oxigênio obtidos foram muito menores do que os reportados para outros óleos de pirólise; enquanto o bio-óleo do resíduo do sisal obteve uma razão O/C de 0,13, sem catalisador, os outros óleos obtiveram 1,5, em média. Esses resultados preliminares mostraram que o bio-óleo do resíduo de sisal apresenta uma composição com altos teores de compostos fenólicos. Ele possui, portanto, grande potencial para a obtenção de biocombustíveis e/ou aromáticos e fenóis de alto valor agregado via modificação catalítica, devido ao baixo teor de oxigênio e alto grau de despolimerização.