INTELIGÊNCIA NA POLÍCIA JUDICIÁRIA: UMA ANÁLISE DAS INVESTIGAÇÕES DE HOMICÍDIO EM SALVADOR
Investigação. Inteligência. Polícia judiciária. Prova. Informação
A atividade de inteligência tem sido utilizada nas polícias judiciárias com o propósito de qualificar o processo decisório institucional e oferecer maior eficiência à investigação policial. A taxa de elucidação de homicídio no Brasil, por outro lado, vem sendo objeto de pesquisa, estudo e crítica, trazendo para o centro da discussão a importância do inquérito policial no sistema de justiça criminal brasileiro, notadamente quanto aos aspectos de eficiência e qualidade, além de descortinar estruturas e métodos das instituições de polícia judiciária. O resultado das investigações dos crimes de homicídios se relaciona basicamente ao alcance dos objetivos de conhecer autoria e circunstâncias do fato delituoso, bem como reunir elementos de convicção, viabilizando a produção de provas em conformidade com o ordenamento jurídico nacional. Nesse sentido, há que se observar em relevo duas preocupações distintas: primeiro, quanto ao emprego de informações por meio das metodologias específicas de produção de conhecimento, no campo da doutrina de inteligência; e, segundo, quanto à busca e coleta de provas, sobretudo àquelas cautelares, antecipadas e não repetíveis, no campo da ciência do direito. A presente pesquisa destina-se a examinar como tem ocorrido o emprego da atividade de inteligência na investigação criminal moderna partindo da análise de sua aplicação nos inquéritos de homicídios em Salvador no campo do conhecimento informacional, articulandose a coleta de provas subjetivas com as provas técnicas ou objetivas, qualificando juridicamente seu aproveitamento e, simultaneamente, preservando direitos e garantias individuais. O emprego de ferramentas de inteligência pode reduzir o tempo de duração do inquérito policial e ampliar a capacidade de identificação de autoria.