CORPOS QUE SÃO: A CAPOEIRA REGIONAL REVERBERADA EM
PROCESSOS CRIATIVOS EM ARTE
Teatro, micropolítica e (tecno)cena.
RESUMO
O presente trabalho refere-se a uma pesquisa de doutorado intitulada “A (tecno)cena: arte como política de subjetivação”, cujo escopo é estudar as questões dos processos de subjetivação presentes nas práticas discursivas culturais das companhias de teatro: “ATeliê voadOR Companhia de Teatro” e “Coletivo Artístico As Travestidas”, apoiado nos espetáculos “O Diário de Genet” e “BR-Trans”, respectivamente. Este estudo se constituiu a partir da problematização acerca das práticas discursivas do teatro contemporâneo, enquanto artefato cultural de produção do desejo e subjetividades, do fazer teatral como um modo de política cultural que se efetua em linhas de fissuras e na compreensão do teatro como máquina de guerra nômade que remete à potência dos devires-minoritários. Este estudo se organiza enquanto uma análise dos modos de produção teatral com ênfase nos agenciamentos cênicos de heterotopias. Para tanto, sua perspectiva metodológica está ancorada a partir das postulações dos Estudos Culturais e a Teoria Queer aliada à ideia de Ecologia de Saberes (Epistemologia do Sul), a fim de traçar um processo análises em vias de fissuras, estranhamento e desvios aos modelos metodológicos majoritários, fundamentados em contextos culturais e políticos definidos pelo mundo moderno cristão ocidental, o colonialismo e o capitalismo. Por isso, constituiu-se numa insurgência metodológica capaz de efetivar-se na analítica da produção do desejo na cena teatral contemporânea. Em seus aspectos operacionais, vale considerar que esta pesquisa foi desenvolvida no período de março de 2014 a junho de 2019, junto a Universidade Federal da Bahia/ UFBA, Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos/ IHAC, Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, Linha de Pesquisa Cultura e Arte, sob o incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia/ FAPESB.