VARIAÇÃO SAZONAL E CIRCADIANA DE METABÓLITOS NÃO VOLÁTEIS EM FOLHAS DE LIPPIA ALBA (MILL.) N.E.BR. EX BRITTON & P. WILSON
acteosídeo; iridóides; cromatografia líquida; produtos naturais; índice pluviométrico; temperatura,tricin-7-O-diglucuronideo
Este estudo descreve as variações sazonais e circadianas e os teores dos compostos majoritários de Lippia alba por meio de análise cromatográfica. Esta planta é amplamente utilizada como fitomedicamento pela população local, e a época adequada de colheita é um fator chave para alcançar a qualidade fitoquímica e atender às necessidades do consumidor. O software Statistical Package for the Social Science (SPSS) e ANOVA foram utilizados para identificar, quantificar e associar as variações nos metabólitos secundários desta espécie através de análise por HPLC. Extratos hidroetanólicos foram preparados a partir de amostras de folhas de L. alba coletadas de seis indivíduos. Para o estudo circadiano, as amostras foram coletadas em quatro horários diferentes do dia em cada estação do ano (2018). Para o estudo sazonal, as amostras foram coletadas mensalmente dos mesmos indivíduos durante dois anos consecutivos (2018 e 2019). Estas amostras foram analisadas utilizando um método de HPLC validado. A análise revelou que as temperaturas amenas entre as 18h00 e as 6h00 aumentaram a produção de metabólitos secundários, sendo a primavera e o verão os que apresentaram maiores quantidades dos mesmos (2018 e 2019). Mussaenosídeo, acteosídeo e tricina- 7-O- diglucuronídeo apresentaram correlação positiva moderada entre sua produção e o índice de precipitação, enquanto epi-loganina apresentou correlação negativa moderada. O acteosídeo apresentou correlação positiva moderada entre a temperatura mínima e sua produção. Foi observada uma redução drástica (cerca de 95%) na produção de tricina- 7-O- diglucuronídeo de 2015 a 2019, o que pode ser atribuído ao envelhecimento da planta. Demonstramos que temperaturas mais baixas e precipitações elevadas poderiam favorecer a produção dos principais compostos ativos de L. alba (acteosídeo e tricina- 7-O- diglucuronídeo) e que plantas mais velhas prejudicam sua produção. Esses resultados fornecem informações inéditas sobre a composição desta espécie, o que é relevante para que seu cultivo forneça material vegetal com maiores teores de bioativos para a produção de fitoterápicos a partir desta planta medicinal.