“ O AXÉ QUE NUNCA MORRE”: SOLIDARIEDADES, DISPUTAS E CONFLITOS NOS CANDOMBLÉS DE SANTO AMARO (1920-1970).
História e Memória. História das religiões afro-brasileiras. Candomblé Congo-Angola. Terreiros do Recôncavo. Trajetória e Representações sociais.
Esta tese tem como objetivo analisar as redes de solidariedade em torno da organização dos candomblés em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano. Para isto, elegemos o período de 1920 a 1970, compreendendo que são anos em que as populações negras ainda buscavam formas de inserção igualitária na sociedade global, a partir da tentativa de ocupar novos status quo, em razão da reorganização, dos diferentes contextos da pós-abolição. Focalizo a constituição de um seguimento litúrgico religioso, conhecido como candomblé de nação angola que tem sua origem em Santo Amaro. Utilizo como metodologia a prosopografia-biografia coletiva, por intermédio da memória do grupo tento propor o resgate de uma das memórias sociais do período, com o intuito de construir por meio da biografia coletiva aspectos da trajetória das populações negras, que buscaram projeções numa sociedade que mesmo após as mudanças políticas, do estatuto social da escravidão para a liberdade, estavam sujeitas a enfrentar hostilidades, na busca de certas mudanças no desenrolar de suas vidas, bem como na perspectivas em que as suas instituições tidas como religiosas eram observadas por alguns setores vigentes que não os incluíam no projeto da República .