A Solidão da Mulher Trans, Negra e Periférica: uma (auto)etnografia sobre relações sócioafetivas em uma sociedade cisheteropatriarcal
Solidão. Mulher Trans. Autoetnografias Trans e Travestis. Identidades de gêneros. Sexualidades. Raça.
A pesquisa pretende compreender as relações construídas na vida de Mulheres Trans, negras e periféricas, através de uma análise de suas vivências, considerando a trajetória destas desde a infância até a vida adulta. Numa perspectiva interdisciplinar que pretende dialogar com autores das ciências sociais e das ciências psi, busca-se compreender os processos de socialização e afetividades envolvidos nos percursos de suas relações sociais, e que moldam suas identidades individuais e de grupo.O escopo teórico do trabalho se situa no campo dos estudos de gênero e sexualidade, com especial atenção para os estudos Trans e Travestis, considerando também a interseccionalidade de raça e classe, dentre outros marcadores sociais das diferenças que delineiam a posição das Mulheres Trans consideradas na pesquisa. Meu estudo busca entender como o processo de solidão ocorre. O ser trans faz com que a solidão seja específica ou diferente? A solidão é algo estruturado na vida de Mulheres trans ou parte de algo intersubjetivo? Do individual? Sendo estrutural, passa a ser percebida e vivenciada da mesma forma nas vidas de Mulheres trans, negras e periféricas ou a solidão, mesmo posta na vida dessas Mulheres, são lidas e vivenciadas para cada uma delas de maneira diferente? Para tanto, adoto uma metodologia de pesquisa qualitativa, que envolve, além de entrevistas semi- estruturadas, dados que advêm de observações etnográficas e autoetnográficas, e que considera o próprio lugar da autora enquanto Mulher trans, negra e periférica.