“NO FINAL EU FALO QUE SOU AFRICANA”: UMA ETNOGRAFIA MULTI-SITUADA DAS TRAJETÓRIAS MIGRATÓRIAS DE MULHERES AFRICANAS NO BRASIL (SÃO PAULO)
Mulheres Africanas, Trajetórias, Migração
Essa dissertação é uma etnografia multi-situada, sobre as trajetórias migratórias de cinco mulheres nascidas em diferentes países do continente africano, que têm inicialmente o Brasil como seu país de destino. Focando nas percepções e experiências antes e depois da migração para o Brasil, possibilidades e impossibilidades deixam evidente a coluna vertebral dessa etnografia: a multi-situalidade das experiências de mulheres africanas de diferentes países, religiões, etnias, línguas e vozes frente à migração. Em um primeiro momento, a partir da análise de identidades narrativas das interlocutoras desde o país de origem, discuto a construção dos projetos migratórios e como o tipo de organização familiar, as relações de gênero, a religião, a etnia, a nacionalidade, entre outros marcadores que influenciam a construção desses projetos. Posteriormente, a centralidade se direciona aos percursos migratórios das interlocutoras em prol do sucesso do seu projeto, além de analisar seus circuitos afetivos. Na última parte, as narrativas das interlocutoras e suas experiências enquanto mulheres africanas migrantes encontram as trajetórias e discursos de outras/os migrantes. Da experiência de etnografia de rua na cidade de São Paulo, é possível perceber que viver a cidade para as pessoas africanas, sobretudo as mulheres, é conhecer e refletir sobre as representações que os/as brasileiros/as têm do continente africano, e, portanto, sobre as pessoas africanas.