SAFI FAYE: ENTRE O OLHAR E O PERTENCIMENTO
Safi Faye, cinema africano, autoetnografia
A cineasta senegalesa Safi Faye é considerada a primeira mulher africana a produzir um
filme comercialmente e distribuído internacionalmente, ao longo da carreira realizou 13
filmes, sendo que destes apenas um foi ficcional. Aspectos culturais, políticos, gênero,
economia e o ambiente rural, são temáticas constantes em sua trajetória e boa parte de
sua obra se concentra em retratar a aldeia Fad’jal, local em que tem uma ligação
ancestral, sendo também tema de sua produção acadêmica em etnologia e antropologia.
Nas produções em que aborda sobre Fad’jal, a realizadora retrata sobre a sua
comunidade ponto de vista econômico, mítico, histórico ou politico, através de uma
estética documental e etnografia que está relacionada à sua formação acadêmica. Esta pesquisa analisa os filmes Kaddu Beykat (Senegal, 1975), Selbé et tant d’autres
(Senegal, 1983) e Mossane (Senegal, 1996), um conjunto de filmes que de diferentes
modos retratam a aldeia Fad’jal, estão relacionados ao percurso acadêmico da cineasta.
Ao final, constatamos que as abordagens estilísticas escolhidas pela cineasta,
produziram uma autoetnografia sobre a aldeia Fad’jal, no momento em que ela aborda
sobre a comunidade, produz reflexões e se coloca também como sujeito e objeto dos
filmes.