A cartografia dos terreiros religiosos de matriz africana no município de Santo Estevão, Bahia.
Terreiros de Matriz Africana; Cartografia afrobrasileira; Mapeamento de terreiros, ordenamento do território;
Os terreiros são os principais espaços de representação das religiões de matriz africana no Brasil e estes territórios sagrados, no curso da história desse país, têm sofrido fortes violências quanto à sua existência. Uma delas pode ser a invisibilidade pois a sua persistência contribui para a manutenção do preconceito e da falta de um plano de governança. Este estudo busca, a partir de um processo de mapeamento cartográfico, dados dos terreiros de matriz africana no município de Santo Estevão no interior da Bahia, distante 147 km da capital Salvador e 40 km da cidade de Cachoeira, centro do recôncavo baiano e forte referência em se tratando da religiosidade afrobrasileira no estado. Está sendo fruto de uma pesquisa de campo com abordagem qualiquantitativa, na qual a primeira, a qualitativa, revela o resultado da interação entre o pesquisador e o objeto de pesquisa, enquanto a outra, a quantitativa, interpreta as informações que se apresentam em forma de números (Knechtel, 2014), sendo que as técnicas utilizadas são entrevistas semiestruturadas e fichas para tabulação seguida de análise dos dados em planilha de Excel. A pesquisa, ainda em processo, assenta-se sobre a questão-problema relacionada ao quantitativo de terreiros existentes e ativos no município supracitado, além de identificar a sua localização, lideranças, nações, regentes, dados de fundação, e outros inerentes ao processo de pesquisa, inclusive com discussão e uso de conceitos como memória, território étnico e tradicional, cartografia afrobrasileira, geoprocessamento e suas técnicas, mais especificamente do Sistema de Informações Geográficas (SIG), de modo a criar dados e que sejam amplamente divulgados em produto cartográfico, a fim de que se reduzam os efeitos provocados pela falta de respeito às comunidades tradicionais de matriz africana a partir do reconhecimento da sua existência.