ESPELHOS D´ÁGUA BANHO, HIGIENE, DE BEBER, GÊNERO, RAÇA E DOENÇA EM TERRITÓRIO BRASILEIRO. (1808-1913)
Água; Crenoterapia; Hidroterapia; Gênero; Raça.
Nos acervos da Hemeroteca Brasileira e na produção das Faculdades de Medicina
reconstituímos o panorama de consumo e distribuição d´água em território brasileiro a partir da
chegada da Corte portuguesa com seu aparato institucional. Apresentamos o aporte econômico
de importação e a concretização da estratégia extrativista predatória nos Estados de Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Acompanhamos o desenvolvimento da terapia da água nas
estâncias, onde se pretendeu construir centros civilizacionais, passando por um processo de
descredibilização, entendidos como centros de Dandismo. A Hidroterapia, técnica médica mais
avançada na época, analisava a alteração do calor corporal provocada pelo clima quente tropical
e observou as moléstias nervosas, das quais grandemente sofriam os residentes, sujeitos ao
processo de aclimação. Enunciamos perspectivas sociais de gênero e raça na conformação de
uma nova modernidade seletiva e excludente que problematizou alimentos, comportamentos e
temperamentos na conformação de uma nova mulher, sofredora de Histeria devido aos choques
emocionais e ao calor desmoderado topical. Esta vaga investigativa de ocupação colonial
desenvolveu terapias e processos de saúde que discriminaram e restringiram o acesso ao recurso
natural. Entendendo a produção teórica e prática dos Doutores, na transição formadora da
disciplina da Psicologia, acompanhamos práticas em instituições que assinalam a contribuição
dos estudos Hidroterápicos na Psicologia e a formação embrionária do tratamento das doenças
mentais em locais, sanatórios, onde ocorreram o Holocausto Brasileiro.