PERSPECTIVAS MULTISSITUADAS DE MASCULINIDADES NEGRAS: CORPORALIDADE, CONSUMO E SEXUALIDADE ENTRE JOVENS NO RECÔNCAVO DA BAHIA
A pesquisa busca analisar a produção de masculinidades negras para o contexto considerado com objetivo de compreender como essas masculinidades, desdobram-se na produção do corpo masculino negro, realizada entre os anos de 2017 e 2021. No primeiro capítulo é apresentado parte da cidade e atividades praticadas pelos moradores com intuito de identificar através do uso da Antropologia Urbana elementos corriqueiros na vida Sanfelixta. Já o segundo capítulo traz inicialmente ideia sobre a proposição de masculinidades multisituadas, entendendo multisituado como modelo etnográfico indicado por George Marcus. Em seguida é adicionado a discussão uma revisão bibliográfica que auxiliaram nessa ideia da multisituacionalidade. Por fim, na última seção o Barbershoper Black Power e o Ponto de Mototáxi, surgem como exemplo de estudo que possa ampliar o debate e campo acerca das masculinidades negras analisadas em unidades etnográficas diferentes. A partir do terceiro capítulo discute-se com mais ênfase o corpo do homem negro como plataforma discursiva, primeiro visto como o corpo do labor, em nichos de trabalhos para homens racializados e que historicamente ocupam esses lugares, ao passo que apresentamos nuances do campo etnografado em segundo momento. A estética é fundamental na formação de identidade dos homens negros na atualidade, essencialmente o uso do cabelo como elemento dessa afirmação, portanto, análise dos modelos de cortes mais usados foi essencial para problematização do corpo do homem negro. No quarto e último capítulo propomos interrogar de forma critica o que de fato é a Masculinidade Tóxica? padrão masculino muito propagado nos últimos cinco anos no Brasil. Tomamos como exemplos as peças publicitárias do Governo da Bahia, Égard Watches e da Gillette, ambas de 2019. Finalizamos conforme nos diz bell hooks, questionando o patriarcado branco heterossexual e propondo avanço na mitigação das violências de gênero e de outras dimensões através do campo etnografado, no Projeto Parceiros de Escrita em 2019.