INSTITUIÇÕES PARAMAÇÔNICAS NA BAHIA: O ESTUDO DE CASO DA SOCIEDADE MONTE PIO DOS ARTISTAS CACHOEIRANOS (1870-1890)
Assistencialismo. Maçonaria. Abolicionismo. Cachoeira, Bahia
A fraternidade maçônica no século XIX propiciou a instalação de organizações paramaçônicas para os não-maçons que, apesar de seguirem as mesmas convicções filosóficas das lojas, estavam para além de suas ritualísticas. Esta dissertação é o estudo de caso de uma dessas instituições; a Sociedade Monte Pio dos Artistas Cachoeiranos (SMAC), fundada em 1874 na cidade de Cachoeira, Recôncavo Baiano. Tinha por objetivo auxiliar seus sócios na invalidez, doença, prisão e na velhice, além de fornecer pensão vitalícia em caso de falecimento, para seus dependentes. Sócios maçons da Monte Pio fundaram a Loja Maçônica Capitular Caridade e Segredo, em 1878 naquela cidade. Assim como também constituíram pouco tempo depois a Sociedade Libertadora Cachoeirana (SLC). Tanto o Monte Pio quanto a Libertadora eram socialmente heterogêneas e, embora alguns de seus membros professassem os ideais abolicionistas, eram escravocratas. Também as diferenças políticas e ideológicas, entre conservadores, liberais e depois republicanos, se deixavam notar no seio dessas entidades assistencialistas e abolicionistas. Esta dissertação trata da superposição dessas instituições e da complexa trama de suas sociabilidades.