O bairro 2 de Julho, Centro Antigo de Salvador-BA: a dinâmica dos conflitos em torno do espaço urbano.
Antropologia urbana. Salvador. Bairro 2 de Julho. Agentes sociais. Dinâmicas dos conflitos.
“O bairro 2 de Julho, Centro Antigo de Salvador- BA: a dinâmica dos conflitos em torno do espaço urbano” é uma pesquisa de análise sobre os projetos de instâncias públicas e/ou privadas que incidiram sobre o bairro e as formas de resistência urbana no espaço de moradia e sociabilidade na Vila Coração de Maria com a perspectiva de compreender como os diferentes agentes sociais interpretam, se apropriam e legitimam as suas ações através dos conceitos de “requalificação”, “revitalização”, “reabilitação” e “gentrificação”, sendo que essas categorias são comumente utilizadas, de um lado, para discutir o desenvolvimento urbano e, de outro, para discutir as consequências oriundas desses processos. Investigou na literatura científica recursos para análise, a saber: a noção de agente em Pierre Bourdieu (1983), “analfabetismo urbanístico” de Ermínia Maricato (2016), “pilhagem” de Laura Nader (2013), “biopoder” de Michel Foucault (1999), “necropolítica” de Achille Mbembe (2018 [2003]), entre outros. A pesquisa foi produzida utilizando os seguintes instrumentos metodológicos: a primeira fase foi baseada na elaboração da pesquisa bibliográfica com intuito de apreender sobre os conceitos que norteiam a investigação e que, também, subsidiaram a fundamentação teórica (SA-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009); a segunda etapa correspondeu à pesquisa documental que reuniu vários tipos de documento, a saber: fotografias, arquivos de jornais impressos ou em sítios eletrônicos, cartas, revistas, documentários, documentos oficiais (SA-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009). E a terceira etapa destinou-se a um intenso trabalho de campo com observação participante e entrevistas semiestruturadas que permitiram, dentre outras coisas, produzir fragmentos de histórias de vida (BECKER, 1999). Em suma, as questões analisadas nos dois capítulos foram compreendidas enquanto a dinâmica dos conflitos em torno do espaço urbano. Nestes, os diferentes agentes sociais interpretam e se apropriam das categorias (“revitalização”, “requalificação”, “reabilitação” e “gentrificação”) a partir da ressignificação de tais conceitos na prática de seus discursos. Através desta etnografia evidenciou um processo gradual de gentrificação associado ao conceito de necropolítica.