PPGBIOEVO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E EVOLUÇÃO (PPGBIOEVO) INSTITUTO DE BIOLOGIA Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de DEFESA: JAQUELINE DE OLIVEIRA MONTEIRO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JAQUELINE DE OLIVEIRA MONTEIRO
DATA : 31/05/2023
HORA: 09:00
LOCAL: Instituto de Biologia
TÍTULO:

Entendendo a diversidade de anfíbios anuros em gradiente elevacional na Chapada Diamantina, nordeste do Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Amphibia; Anura; Caatinga; composição; diversidade; riqueza; variáveis ambientais


PÁGINAS: 70
RESUMO:

Regiões montanhosas possuem características morfoclimáticas únicas, com áreas endêmicas e biota singular, abrigando aproximadamente 87% das espécies de anfíbios, pássaros e mamíferos distribuídas no planeta. É sabido que a estrutura das comunidades de anfíbios pode variar em função de características do ambiente, mas são necessários estudos adicionais que busquem explicar a variação composicional destas comunidades em função de gradientes elevacionais sob diferentes fisiografias. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que variações ambientais ao longo de gradiente elevacional são capazes de explicar variações na riqueza, abundância e composição de espécies de anuros em ambientes lóticos sem cobertura de dossel no âmbito do bioma Caatinga. A área de estudo está inserida no Parque Nacional da Chapada Diamantina e regiões no entorno do PNCD. Amostramos 20 unidades amostrais (UA), em dois períodos amostrais (de maior e de menor pluviosidade), distribuídas ao longo de gradiente elevacional de 400 m a 1300 m. Buscamos por (i) padrões de estruturação das réplicas em função das variáveis ambientais através da Análise dos Componentes Principais (PCA) e (ii) por padrões de ordenação da comunidade de anuros através do Método de Escalonamento Multidimensional Não-Métrico (NMDS). Testamos a hipótese de pesquisa de que as variáveis ambientais amostradas (variáveis independentes) são capazes de explicar o padrão de distribuição das espécies de anuros (variável dependente) ao longo dos gradientes ambientais utilizando a Análise de Regressão Linear Múltipla. Registramos 613 espécimes de anfíbios anuros, distribuídos em cinco famílias, nove gêneros e 21 espécies. Ambas as soluções NMDS (uma e duas dimensões, 1D e 2D, respectivamente) geraram resultados mais fortes do que os esperados ao acaso. A projeção dos valores do eixo NMDS-1 (variável de fauna, dependente) no primeiro componente principal (PC1, variáveis ambientais, independente) indicou que composição e abundância das espécies se alteram ao longo do gradiente elevacional. Em relação a riqueza, verificamos que ela decai de acordo aumenta a cota elevacional. A análise dos componentes principais (PCA) resultou em quatro componentes principais mais representativos (autovalores > 1,0) e representaram 80,6% de toda a variância após rotação Varimax. O primeiro componente principal (PC1) respondeu por 40,3% da variância total e esteve mais associado a variáveis climáticas e vegetacionais; o PC2 (14,5%) teve como variável de maior contribuição ‘profundidade do corpo d’água’; o PC3 (13,5%), ‘densidade de lenhosas’; e o PC4 (12,3%), variáveis relacionadas à vegetação e ao rio. A Análise de Regressão Múltipla indicou que o conjunto de variáveis ambientais mensuradas é capaz de explicar os padrões de composição/abundância de espécies de anuros ao longo do gradiente elevacional, tanto na solução 1D quanto na 2D, com destaque para variáveis climáticas e vegetação marginal ambientes lóticos. A projeção dos escores individuais do PC1, dos eixos NMDS e dos valores de riqueza de espécies/réplica (variáveis dependentes), separadamente, na elevação (variável independente) evidenciou que tanto as variáveis ambientais, quanto composição/abundância e riqueza das espécies de anuros, responderam positivamente ao aumento da elevação. Mesmo considerando-se um gradiente elevacional de pouco mais de 900 m, nossos resultados apontaram que o aumento gradativo na elevação é acompanhado de alterações nos valores das variáveis ambientais e, o conjunto destas últimas, é capaz de explicar as alterações de riqueza, abundância e padrões de substituição de espécies de anuros que habitam ambientes lóticos sem cobertura de dossel (abertos). Tratando-se de unidade conservação, nossos resultados apontam para a necessária conservação de todo o gradiente elevacional para maximizar a conservação das espécies de anfíbios. Como nosso universo amostral foi restrito a somente um gradiente elevacional no bioma Caatinga, entendemos ser importante testar esta hipótese e previsão em outros gradientes elevacionais no bioma Caatinga para que seja possível tecer generalizações. Além disso, note-se que utilizamos variáveis climáticas e vegetacionais medidas localmente, ao invés de usar dados e mapas globais georreferenciados disponíveis em plataformas digitais. Entendemos ser importante contrastar os resultados aqui obtidos com resultados oriundos do uso exclusivo de dados de plataformas digitais para compreender qual tipo de conjunto de dados ambientais é o mais eficiente na identificação de padrões de variação biótica, neste caso, de anuros, ao longo de gradientes elevacionais na Caatinga e em outros biomas e ecossistemas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1349793 - MARCELO FELGUEIRAS NAPOLI
Externa à Instituição - MARIA LUCIA DEL-GRANDE - UESB
Externo à Instituição - MIRCO SOLÉ KIENLE - UESC
Notícia cadastrada em: 08/07/2023 09:52
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA