Estudo fitoquímico e bioativo de extratos de etanólicos de Justicia thunbergioides, Stemodia foliosa e Zanthoxylum caribaeum: avaliação de atividades antioxidantes e fotoprotetoras.
fitoquímica, atividade biológica, antioxidante, FPS, cosméticos
No Brasil, as plantas medicinais como a Justicia thunbergioides Lindau, Stemodia foliosa Benth
e Zantroxylium caribaeum Lam são amplamente comercializadas em feiras urbanas para
utilização, embasada em conhecimento empírico, para banhos terapêuticos e tratamentos de pele.
Contudo, as evidências científicas sobre as atividades biológicas e químicas destas espécies ainda
são incipientes. Para investigar as propriedades químicas e biológicas destas plantas, foram
obtidos extratos etanólicos para a caracterização fitoquímica a partir da CG-EM e realização de
bioensaios, como o de toxicidade frente à Artemia salina, avaliação da atividade antioxidante pelo
método inibição de radicais livres DPPH (2,2-difenil-picrilhidrazila) e inibição da oxidação do β-
caroteno/ácido linoléico. Adicionalmente, foi conduzida a avaliação da atividade fotoprotetora
com determinação do fator de proteção solar (FPS). Os resultados quanto a triagem da toxicidade
foram baixos para todos os extratos, com valores de CL50 de 0,1 a 0,5mg/mL, no quais os extratos
de J, thunbergioides destacaram-se com as menorestoxicidades das três espécies. Estes resultados
demonstram segurança ao uso dos mesmos como potenciais insumos cosmecêuticos. Quanto ao
potencial antioxidante, todos os extratos na concentração de 1mg/mL, apresentaram mais de 57%
de inibição de radicais livres DPPH (2,2-difenil-picrilhidrazila) e 24% de inibição da oxidação do
β-caroteno/ácido linoléico. O Fator de Proteção Solar (FPS) dos extratos de folhas e caules de J.
thunbergioides e de caule de S. foliosa, apresentaram valores acima do limite mínimo aceitável
de 6 FPS (ANVISA), oferecendo uma alternativa natural ao uso reduzido de filtros sintéticos,
como a oxibenzona, que ocasiona em danos ao ecossistema marinho e pode provocar irritação a
pele. Caracterização química dos extratos por CG-EM, apresentaram diversidade de compostos
orgânicos que sustentam uma perspectiva de atividades biológicas. O papel das biomoléculas no
extrato vegetal foi identificado por espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier
(FT-IR). Por fim, testes de estabilidade preliminar das formulações destacaram sua estabilidade
no decorrer dos ensaios e a performance do produto mostrou sem diferença significativa entre as
amostras quanto a espalhabilidade, entretanto, quando comparada com o creme sem extrato, seu
desempenho reduziu em 60%. Esses resultados destacam o potencial promissor das plantas
medicinais comercializadas em feiras urbanas como fontes de compostos orgânicos para o
desenvolvimento de produtos cosméticos voltados para cuidados com a pele.