Dependência; Álcool; FMRP
O abuso de drogas atualmente é um problema mundial de saúde pública. O consumo abusivo do etanol promove neuroplasticidades e alterações no balanço entre os neurotransmissores excitatórios e inibitórios, além de alterar proteínas envolvidas na expressão gênica, alterando a excitabilidade neuronal. A exposição crônica ao etanol é capaz de gerar tolerância e dependência, embora alguns aspectos da dependência possam ocorrer de forma relativamente rápida em resposta à administração aguda, a maioria das alterações acarretadas ocorre gradualmente ao longo do tempo em resposta à exposição prolongada à droga. Foi demonstrado que o tratamento crônico com etanol aumenta a fosforilação da proteína “Fragile X Mental Retardation Protein” (FMRP). A partir do aumento da sua atividade, foi observado aumento de transcrição gênica e plasticidade proteica em sinapses glutamatérgicas em regiões importantes para o desenvolvimento da dependência ao etanol. Os objetivos deste trabalho são: 1. Desenvolver uma molécula nova com atividade antagonista à proteína FMRP e sua modelagem, empregando ferramentas de bioinformática 2. Expressar a proteína por clonagem in vitro e verificação das condições ótimas para a sua expressão; 3. Avaliação das neuroadaptações através da análise comportamental do desenvolvimento e expressão da sensibilização locomotora em campo aberto com camundongos suíços macho (30g) a partir da administração de etanol (EtOH 2,2g/kg; i.p.) e salina (SAL 0,1ml/kg; i.p.) (Protocolo CEUA 110/2016); 4. Avaliação da ativação neuronal por imunohistoquímica das regiões do Córtex Pré-frontal, Núcleo Acúmbens e Amídala. Nossos resultados mostram a expressão da FMRP nas condições de alta concentração de IPTG (1M) e alta temperatura em curto período (37°C/4hrs) além da estrutura 3D da FMRP; Na análise comportamental foi observado que animais tratados com EtOH (crônico), apresentaram aumento progressivo da atividade locomotora (média inicial de 25,41m e média final 62,17m) durante o desenvolvimento da sensibilização locomotora e apresentaram também atividade locomotora maior que os grupos controle, que mantêm um padrão de locomoção constante, entre 38 e 33 metros (média do dia 1 e dia 21 respectivamente). O grupo crônico também apresentou maior atividade locomotora na expressão da sensibilização quando comparada com os outros grupos controle e agudo (média 42,02). Também foi possível identificar uma tendência na ativação das regiões encefálicas NAc e CPFm nos encéfalos dos animais após tratamento com a droga.